Reportagem: Helizardo Guerra
Em mais um ato de sua cruzada pessoal em defesa dos “cansados e oprimidos”, o senador Alan Rick tem demonstrado um entusiasmo quase teatral ao rebater — e, quando conveniente, dramatizar — as decisões administrativas do governo estadual.
Com uma sede de protagonismo digna de registro, o parlamentar não desperdiça a menor oportunidade de transformar cada posicionamento do Executivo em um novo episódio de sua retórica de campanha antecipada. Nos últimos dias, Alan Rick voltou a empunhar o microfone da indignação, classificando a atual gestão como o “gabinete do ódio” — expressão que, curiosamente, parece ganhar mais repercussão pela insistência com que é repetida do que pela consistência de seu conteúdo.
Fontes próximas ao governo afirmam que as críticas do senador têm endereço certo: o secretário Calixto, apontado por Alan como símbolo da suposta falta de diálogo na administração estadual. Enquanto isso, nas redes sociais e nos bastidores políticos, o enredo do “defensor dos injustiçados” segue em cartaz, sustentado por discursos inflamados e estratégias bem ensaiadas.
No fim, o que se observa é um senador que, entre desabafos e declarações de “preocupação com o povo”, parece mais empenhado em manter seu nome nos holofotes do que em contribuir de forma efetiva para o debate público.
Com o tom de quem já ensaia os próximos passos no tabuleiro eleitoral, Alan Rick segue fiel ao papel que escolheu: o de opositor performático em busca de aplausos — ainda que o palco, desta vez, seja o da política acreana.