Reportagem: Helizardo Guerra
Durante o fim de semana, o presidente do Instituto de Meio Ambiente do Acre (IMAC), André Hassem, esteve em Epitaciolândia e foi questionado por moradores sobre a situação da madeira doada pelo órgão ao município. Segundo denúncias repassadas ao jornalista Helizardo Guerra, o material — já beneficiado e pronto para uso — estaria abandonado e se deteriorando por falta de aplicação nas obras previstas.
O presidente reconheceu a preocupação levantada pela população e comentou a situação ao ser abordado:
“Existe uma grande reclamação por parte dos munícipes sobre a doação da madeira feita pelo IMAC. Segundo os moradores, essa madeira está se estragando. Isso não é bom para um município que recebeu o material para uso coletivo.”
Doações tinham destino certo, mas obras seguem paradas
André Hassem explicou que a primeira remessa de madeira foi destinada à recuperação das duas passarelas da ponte que liga Epitaciolândia a Brasiléia — cada trecho com cerca de 120 metros — após requerimento apresentado pela vereadora Marisete (PP).
Outras cargas de madeira foram entregues pelo IMAC com finalidades específicas:
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Ponte do bairro José Hassem, que liga a Vila Vitória ao bairro José Hassem;
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Ramal do Saraiva, importante via rural utilizada para o escoamento de milho e outras atividades agrícolas;
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Intervenções emergenciais solicitadas pelo prefeito.
O presidente reforçou que toda a madeira entregue ao município já estava beneficiada e pronta para uso imediato, transferindo à Prefeitura a responsabilidade pela demora na execução das obras.
“Madeira é perecível. Recebeu, tem que usar. A obrigação agora é da Prefeitura: iniciar a obra, fazer a ponte e aplicar o material. O Estado fez sua parte.”
IMAC vai cobrar explicações do município
Diante das denúncias de abandono do material, Hassem afirmou que entrará em contato com o prefeito Sérgio Lopes e com a Secretaria Municipal de Obras para pedir esclarecimentos formais sobre a situação.
“Vamos procurar a Prefeitura para saber quando será iniciada a obra da ponte que liga o bairro José Hassem. A população está cobrando e nós precisamos garantir que o material seja utilizado corretamente.”
O presidente também informou que conversará com a vereadora autora do requerimento para reforçar a cobrança junto ao Executivo.
Novos pedidos de madeira seguem chegando
Hassem revelou ainda que o prefeito de Brasiléia, Carlinhos, já solicitou uma nova doação de madeira ao IMAC para construção de lixeiras comunitárias no município vizinho.
“Vamos doar também. Nosso papel é apoiar os municípios e atender as necessidades da população.”
Moradores temem prejuízo ao patrimônio público
A denúncia de que a madeira está se estragando em Epitaciolândia preocupa moradores, que veem risco de prejuízo aos recursos públicos e atraso em obras essenciais — especialmente em áreas onde pontes e ramais são indispensáveis para o deslocamento de famílias e o escoamento da produção agrícola.
O presidente foi categórico ao cobrar agilidade da gestão municipal:
“Madeira parada se perde. Esperamos que a Prefeitura faça o trabalho e execute as obras para as quais o material foi destinado.”







