O vice-primeiro-ministro de Singapura, Lawrence Wong falou, em entrevista ao editor-chefe da Bloomberg, John Micklethwait, sobre questões que podem mudar e outras que permanecerão válidas na sociedade daquela cidade-estado.
Possível sucessor ao cargo de primeiro-ministro, um dos compromissos de Wong é a revisão de uma lei da era colonial que, entre outros pontos, proíbe o sexo entre homens. Essa regra serve como um indicador para valores importantes à sociedade, disse Wong, de 49 anos.
“Em Singapura, há muitos segmentos para os quais não se trata apenas da lei, mas a lei é um indicador para outras coisas, coisas com as quais se preocupam, sobre a sociedade, valores sociais, sobre a família, o casamento”, disse Wong, que também é ministro das Finanças.
Proibição a casamento gay deve ser mantida
A revisão da regra, conhecida como Seção 377A do Código Penal e que não tem sido aplicada de forma ativa há mais de uma década, não legalizará o casamento gay, segundo indicaram autoridades. Mesmo as pesquisas indicando mais apoio à descriminalização.
A manutenção da proibição se deve a alguns grupos religiosos, que se manifestaram em querer salvaguardar a atual posição legal de que o casamento pode ocorrer apenas entre um homem e uma mulher.
‘Família e casamento’
Wong afirmou que, embora o governo esteja ciente de que as opiniões sobre a lei “evoluíram”, são um assunto à parte das posturas sobre “família e casamento”, sobre as quais as pessoas têm concepções mais arraigadas, explicou na entrevista à Bloomberg.
Ele disse que existem uma avaliação sobre como avançar sem causar “divisões mais profundas em nossa sociedade”.
Nos últimos anos, várias tentativas de derrubar a Seção 377A fracassaram nos tribunais de Singapura.
Taiwan é a única jurisdição asiática que reconhece legalmente o casamento entre pessoas do mesmo sexo, embora a Tailândia tenha começado a permitir as uniões este ano.