Escolas de samba deturpam símbolos da Bíblia e afrontam a fé cristã no carnaval

Nacional
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fonte: folha gospel

Adão e Eva em “Delírios de um paraíso vermelho” foi a proposta do Salgueiro em seu desfile no Carnaval 2023, visando a “valorização da liberdade de expressão”, mas desprezando totalmente o respeito ao cristianismo.

A “primeira mulher” de acordo com a Bíblia, foi representada como uma “Eva endiabrada” pela passista Maryanne Hipólito: “Será um Adão e Eva diferenciados, livres, quentes, fortes. É um gay, é uma louca”, disse rindo durante as entrevistas.

“É um paraíso diferente, de muita emoção e de felicidade”, comentou Carlinhos do Salgueiro que interpretou Adão vestindo roupas vermelhas, imitando a figura do diabo.

O tema recebeu muitas críticas. “Tanto tema para esse povo abordar, vão logo atacar o Criador. Vamos aguardar a mão de Deus ao povo brasileiro. Deus tenha misericórdia deles e de todos nós porque logo a cobrança vem”, escreveu um internauta no Instagram do Portal G1.

“Pra que levar as coisas de Deus pra dentro disso? Gente, não é mais fácil eles se fantasiarem de outras coisas sem precisar mexer com o cristianismo? Todo ano estão desmoralizando a Deus e exaltando a satanás ”, escreveram outros internautas.

‘Em nome dos espíritos e dos santos’

A Gaviões da Fiel preferiu “pendurar Jesus Cristo” no carro abre-alas da escola, que teve como tema central a diversidade religiosa do Brasil, com o título “Em nome do Pai, dos Filhos, dos Espíritos e dos Santos… Amém!”.

Durante o desfile, porém, o homem fantasiado de Jesus e que deveria ser destaque, passou mal e precisou ser socorrido pelo Corpo de Bombeiros. Ele foi levado às pressas por uma ambulância para fazer exames num hospital.

‘Mensageiro de Ogum’

Outra fantasia usada para “cutucar os cristãos” foi da atriz Sabrina Sato, que desfilou pela Gaviões da Fiel “de dragão” para criticar a intolerância religiosa.

“Um olhar altaneiro no céu, abençoa a Fiel a seguir a missão”, ela postou em seu Instagram ao lado de um vídeo onde exibe a fantasia em detalhes num clipe todo vermelho em meio ao fogo.

Em outro post, ela escreveu: “Nessa corrente eu sou mais um Guerreiro de São Jorge, mensageiro de Ogum, santo guerreiro adorado em diversas partes do mundo e por gente de diferentes crenças”.

Sato também foi muito criticada em suas redes sociais. “É muito desrespeito a Deus”, “Pura blasfêmia contra o Criador”, “Este ano o demônio veio com tudo. O mais engraçado é que querem parecer normal”, escreveram alguns seguidores.

“Aguardem, após toda zombaria do nome Dele neste Carnaval”, “Infelizmente é por isso que pagamos um preço tão alto”, observaram outros internautas.

Versículo bíblico usado com desdém

“Eu e minha casa serviremos à Paolla Oliveira, rainha perfeita!”, diz um post do Gshow relacionando um texto bíblico.

Ressaltando que Josué 24.15 é uma advertência do líder que substituiu Moisés na liderança do povo de Israel: “Se, porém, não agrada a vocês servir ao Senhor, esco­lham hoje a quem irão servir, se aos deuses que os seus antepassados serviram além do Eufrates, ou aos deuses dos amorreus, em cuja terra vocês estão vivendo. Mas eu e a minha casa servi­remos ao Senhor”.

A atriz que desfilou pela Marquês de Sapucaí entrou na avenida fantasiada de rainha e representando as “armas de Ogum” chegando a chorar de emoção: “Deixei o ‘erê’ tomar conta, a energia da criança”.

“Peito de aço, coração de sabiá. Ogum, meu protetor. Detentor dos segredos dos metais, das percussões que vibram e movimentam nossos corpos de axé, muito axé”, escreveu em suas redes sociais.

A irreverente legenda foi alvo de muitas críticas de usuários da plataforma, que expuseram sua indignação pela tamanha insensatez praticada pela mídia.

– Vocês não cansam de blasfemar? – questionou uma usuária.

– Gshow apelou. Isto não é um desrespeito religioso? Isto não é brincar com a fé alheia? Usar versículo bíblico, brincar com a nossa fé? Não são vocês que pregam tanto a igualdade e o respeito? – condenou outra.

– Que nojo essa frase, sem respeito à religião – se manifestou mais uma.

‘Almas profanadas e espíritos empobrecidos’

Ao comentar sobre o verdadeiro sentido do Carnaval, o pastor Marco Feliciano disse que “as pessoas se fantasiam para serem aquilo o que desejam durante alguns dias de festa e depois voltam a ser o que eram”.

“O Carnaval tem como lema a ideia da subversão da ordem, onde as coisas deixam de ser como são para, temporariamente, serem o inverso”, comentou num vídeo publicado em seu TikTok.

Ele lembrou que, por conta dos excessos cometidos no Carnaval, vidas são perdidas, lares destruídos, doenças transmitidas, muitos casos de gravidez indesejada, gerando os “filhos do Carnaval” ou os abortos.

“Os excessos cometidos em nome da alegria profanam a alma e empobrecem o espírito, destroem sonhos e amputam futuros promissores”, destacou.

“Tudo para afrontar a fé cristã’

De acordo com o pastor Rodrigo Mocellin as fantasias usadas em 2023 “retratam com perfeição o que é o Carnaval”, disse sobre as retratações demoníacas exibidas nas avenidas.

“É claro que tudo isso foi feito para afrontar a fé cristã”, refletiu ao comentar que os foliões não deveriam reclamar depois, caso a religião deles também for criticada de alguma forma.

“O Carnaval é a hora que as pessoas colocam todo o seu ódio contra Deus. O Carnaval tem tudo a ver com satanás”, relacionou ao destacar que as pessoas não colocam limites às suas paixões.

“Sexo livre e desimpedido, pessoas seminuas. Tudo isso é visto com naturalidade, como se aquilo fosse um paraíso. Não tem nada que retrate melhor a obra do capeta do que a perversão sexual, que eles chamam de liberdade”, observou através de um vídeo em seu canal no YouTube.

“Para eles, a religião é uma prisão que os impede de descobrir o mundo”, concluiu ao acrescentar que “são seres humanos se comportando como bichos.

O que diz a lei

A Constituição Federal garante, na forma da lei, em seu artigo 5º, VI, a proteção aos locais de culto e suas liturgias, que são o conjunto dos elementos e práticas do culto religioso (missa, orações, cerimônias, sacramentos, objetos de culto), contexto no qual a Bíblia se insere.

No artigo 208 do Decreto Lei nº 2.848 de 07 de Dezembro de 1940, o Código Penal brasileiro prevê que “vilipendiar publicamente ato ou objeto de culto religioso” pode acarretar em “detenção, de um mês a um ano, ou multa”.