A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, acusou o Congresso Nacional de querer transformar a gestão Lula no governo Bolsonaro. Isso porque o relator da medida provisória que redesenhou a Esplanada dos Ministérios, deputado Isnaldo Bulhões (MDB-AL), fez algumas mudanças no texto editado pelo presidente Lula, em 1˚ de janeiro.
Entre outras alterações, o texto prevê a retirada da Agência Nacional de Águas e do Cadastro Ambiental Rural do Meio Ambiente, além da saída da demarcação de terras indígenas do Ministério dos Povos Indígenas para o da Justiça. A pasta de Marina também perderia o Sistema Nacional de Informações em Saneamento Básico, Sistema Nacional de Informações sobre a Gestão dos Resíduos Sólidos e Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos.
Marina Silva, ministra do Meio Ambiente, e o presidente Lula | Foto: Ricardo Stuckert/Divulgação
“Querem mudar a medida provisória da Esplanada para implementar o governo Bolsonaro no governo Lula”, disse Marina, em entrevista ao jornal Folha de S.Paulo, publicada na terça-feira 23.
As mudanças ocorrem em meio a uma queda de braço entre os próprios ministros de Lula depois do veto do Ibama à exploração de petróleo na foz do Rio Amazonas, com o apoio de Marina.