fonte: terra brasil noticias
O Movimento dos Trabalhadores Sem-Terra (MST) ocupou um total de 31 propriedades rurais desde o início do Abril Vermelho, período em que o grupo intensifica suas ações para pressionar o governo a implementar a reforma agrária. As atividades da chamada Jornada Nacional de Luta em Defesa da Reforma Agrária foram concluídas na sexta-feira, 19. As informações são de O Antagonista.
As propriedades ocupadas estão localizadas nos estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Espírito Santo, Goiás, Bahia, Pernambuco, Ceará, Paraíba, Sergipe, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, Paraná e Pará.
Durante esse período, o grupo estabeleceu 5 novos acampamentos.
Ceres Hadich, líder nacional do MST, declarou que as ações do Abril Vermelho deste ano indicam “um momento de possibilidade de voltar a ocupar terras com mais frequência e intensidade”.
Na semana passada, o movimento anunciou a ocupação da Embrapa em Petrolina, Pernambuco, em defesa do assentamento de 1.316 famílias.
De acordo com a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, vinculada ao Ministério da Agricultura, a área ocupada é de “terras agricultáveis e de preservação do Bioma Caatinga”, destinada ao manejo dos rebanhos.
2023, o pior ano para o MST João Pedro Stédile, líder do MST e aliado de Lula, descreveu 2023 como “o pior ano de todos os 40 anos do MST” em termos de famílias assentadas. Ele atribuiu a culpa aos governos de Jair Bolsonaro e Michel Temer.
“Faltaram recursos, porque o orçamento era do governo passado, e de certa forma o Estado brasileiro, com o desmonte que houve nos seis anos de governos fascistas, impediu que agora a máquina se voltasse para as necessidades dos trabalhadores”, afirmou o líder do MST em mensagem de Natal.
Em 2023, o MST retomou as ocupações de propriedades que haviam diminuído durante os anos do governo Bolsonaro. O número de ocupações no início do ano foi tão grande que a Câmara dos Deputados criou uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar o movimento.
A CPI terminou sem a aprovação do relatório final de Ricardo Salles (PL-SP), que solicitava o indiciamento de 11 pessoas, após a intervenção do governo Lula para alterar o equilíbrio de poderes no colegiado.