Na última quarta-feira (24), a ministra do Interior alemã, Nancy Faeser, informou que o Centro Islâmico de Hamburgo (IZH) foi banido por propagar extremismo e que a conhecida “Mesquita Azul” estava sendo revistada pela polícia.
“É muito importante para mim fazer uma distinção clara aqui: não estamos agindo contra uma religião, mas apenas contra um grupo acusado de minar o Estado alemão e os direitos das mulheres”, disse Faeser ao portal de notícias alemão Deutsche Welle (DW).
A Mesquita Imam Ali, conhecida localmente como Mesquita Azul, é uma das mais antigas da Alemanha e é administrada pelo IZH.
O portal de notícias iraniano IRNA relatou que o Ministério das Relações Exteriores do Irã convocou na última quarta-feira o embaixador alemão sobre a proibição. No X, o ministério chamou a proibição de “um exemplo de islamofobia” e “uma violação da liberdade de expressão”.
Após ser questionado pela Reuters sobre a convocação do embaixador, um funcionário do Ministério das Relações Exteriores da Alemanha afirmou que cabe ao Irã melhorar os laços.
Centro Islâmico de Hamburgo
De acordo com os serviços de inteligência domésticos da Alemanha, o IZH é uma organização considerada uma extensão do regime iraniano na Alemanha e acredita-se que tenha uma influência significativa sobre determinadas mesquitas e associações.
Faeser relatou que o IZH está sendo investigado por “espalhar antissemitismo agressivo”, e acrescentou que os ataques contra o grupo em novembro estabeleceram provas de conexões com o Hezbollah e levaram à proibição desta semana.
Em um comunicado, o Ministério do Interior contou que “proibiu o Centro Islâmico de Hamburgo e suas organizações afiliadas em toda a Alemanha até o momento, por ser uma organização extremista islâmica com objetivos anticonstitucionais”.
O ministério acusou a organização de espalhar ideias revolucionárias iranianas, destacando que o IZH trabalhou para espalhar essas ideias “de maneira agressiva e militante”.
Por anos, a população de Hamburgo pedia que o IZH fosse investigado. Instituições afiliadas nos estados federais de Bremen, Baviera, Mecklemburgo-Pomerânia Ocidental Hesse, Baixa Saxônia, Renânia do Norte-Vestfália e Berlim também estavam sendo investigadas.
O ministério disse que 53 propriedades estavam sendo revistadas e quatro mesquitas estavam fechadas.
Em 2023, o Ministério do Interior informou que o IZH era suspeito de “agir contra a ordem constitucional” e de “apoiar a organização terrorista Hezbollah“.
Em 2020, a Alemanha nomeou o Hezbollah como uma organização terrorista e proibiu suas atividades no país.