O presidente do Conselho Nacional de Evangélicos na França (CNEF) se reuniu com representantes do governo francês na terça-feira (30) para expressar os sentimentos dos cristãos sobre a cerimônia de abertura das Olimpíadas de Paris, que gerou controvérsia após blasfemar contra a fé cristã.
O pastor batista Erwan Cloarec, presidente do CNEF, se reuniu com Juliette Prat, chefe do Escritório Central de Denominações Religiosas na sede do Ministério do Interior.
Cloarec pediu ao Ministro do Interior que o Estado garanta que todos, pessoas religiosas ou não, sejam respeitados em suas crenças e destacou que muitos cristãos ficaram “profundamente feridos” pela “paródia humilhante”.
Em um comunicado, o CNEF disse ter recebido muitas mensagens da França e outros países, que “expressavam o sentimento de estar profundamente ferido” pela paródia blasfema da Santa Ceia, que foi vista como uma “propaganda ideológica divisiva”.
O CNEF diz que “aceita o pedido de desculpas” do comitê organizador de Paris 2024 e “toma conhecimento” das palavras de Thomas Jolly, diretor artístico da cerimônia de abertura, que negou qualquer intenção de denegrir o Cristianismo — apesar de usar claramente os símbolos cristãos em sua performance.
O órgão, que representa cerca de 745.000 evangélicos, uma minoria religiosa que está crescendo na França, destacou que os cristãos “não devem se surpreender que a sociedade ao nosso redor não seja cristã”.
“O apóstolo Pedro nos exorta a viver como pessoas que estão de passagem pelo mundo. E o próprio Jesus avisou seus discípulos: ‘Meu reino não é deste mundo’. Mas é precisamente neste mundo, marcado pelo paganismo como há 2000 anos, que somos chamados a ser suas testemunhas, em palavra e ação”.
O CNEF encoraja os evangélicos e igrejas a “construir pontes com a nossa cultura” e seguir o exemplo do Apóstolo Paulo que, “embora incomodado pelos muitos ídolos que enchiam Atenas, dialogava diariamente com seus contemporâneos na praça pública”. Um constante “diálogo com a cultura de hoje” deve ocorrer “em todas as ocasiões, sejam elas favoráveis ou desfavoráveis”.
Igrejas em ação durante os Jogos Olímpicos
O pastor Cloarec mencionou também os esforços das igrejas e organizações evangélicas durante os Jogos Olímpicos em muitas cidades francesas. Os cristãos estão evangelizando e distribuindo milhares de exemplares do Novo Testamento e compartilhando pedidos de oração diariamente através de uma plataforma global.
Vários atletas também estão expressando publicamente sua fé cristã, apesar das regras estritas sobre o uso de símbolos religiosos durante os jogos — como o caso da skatista brasileira Rayssa Leal.
“Vamos ver a situação que surgiu como uma verdadeira oportunidade de testemunhar nossa fé, quando a pessoa de Cristo acabou de ser colocada no centro desses jogos”, escreve o presidente do CNEF.
Por fim, Cloarec diz: “Vamos ouvir os clamores do coração e a necessidade de reconciliação das pessoas, sua busca por identidade e pertencimento. Eles estão clamando em uma sociedade pluralista; vamos mostrar a eles como clamar mais alto para Aquele que convida a todos para Sua mesa e oferece verdadeira reconciliação, verdadeira identidade e verdadeiro pertencimento”.