Victório e Filomena Galli

ICONES DE BRASILÉIA E EPITACIOLANDIA POR IVANA CRISTINA
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colunista: Ivana Cristina
Colaboração: Doutora Vanilda Galli e Vilma Galli
Ícones de Brasileia e Epitaciolandia

Eles não nasceram no Acre, mas escolheram essa terra longínqua para viver.
Victório Galli era descendente de italiano, jovem, trabalhador e sonhador. Tinha um grande amor à terra, queria plantar, colher e comercializar. Ele e sua esposa, a bela Filomena sonhavam juntos, mas já estavam cansados de trabalhar em “terras alheias” e não produtivas. Decidiram descobrir novos horizontes e em 1983, se aventuraram rumo ao desconhecido e foi nessa terra que eles criaram raízes. Mas, começar não foi fácil, enfrentaram muitos desafios, principalmente o acesso à cidade. O ramal de chão batido, quase intrafegável, dificultou ainda mais suas vidas. Mas, ele e sua amada tinham força, fé e muita coragem para o trabalho braçal. O sol os castigava e a chuva era implacável. Filomena era uma sonhadora. Sonhava em ver seus filhos formados e exercendo uma profissão. E no embalo de seus sonhos que ele ajudou a construir a Escola Municipal Marilza Carvalho, Km 13, ramal do T, sua filha Vilma Galli, aos 17 anos, foi a primeira professora da escola. Victório, além de agricultor, era carpinteiro e artesão, tecia lindas cestas e paneiros de taquara e bambu(taboca),
as dificuldades da vida, o fizeram desenvolver e aprimorar várias habilidades.
Na imensidão daquelas matas, pouco desbravadas e esquecidas pelo poder público, que Victório Galli se foi, deixando Filomena e seus 09 filhos. Ela poderia ter desistido, mas, sua fé a salvou. Encontrou força e na labuta diária, não se deixou abater. Mudou-se para a cidade.
Mas, na cidade a vida também não foi fácil para ela, desafiou todos os obstáculos. Filomena era evangélica e de muita fé e foi sua fé que a colocou de pé todos os dias para enfrentar as batalhas da vida. Apesar das dificuldades iniciais, ela prosperou. Viu os filhos formados, trabalhando e formando famílias. Deus a fortalecia, afinal ficou viúva aos 44 anos, com 05 filhos menores para criar, na zona rural, isolada de tudo e os criou com dignidade, valores familiares e respeito ao próximo.
De uma forma tão repentina e inesperada, Filomena se foi,
deixando uma tristeza imensa no coração de seus familiares e amigos. Mas, seu honroso legado, jamais será esquecido.
Foi guerreira!
Foi esposa, mãe, avó e bisavó!
Foi uma mulher de princípios, fé e valores. Amada e respeitada por sua família e por todos que a conheciam.
A família Galli, meu carinho, admiração e respeito.
Victório e Filomena Galli, descansem em paz