colunista: Ivana Cristina
Colaboração: Belô, Franklin e Reginaldo Guerra
Ícones de Brasileia e Epitaciolandia
O ano era 1968, nessa época a Empresa Paulista S.A. despontava para a região Norte. Muitos trabalhadores vieram trabalhar no Acre e nunca mais regressaram à sua terra natal. Jorge Arcanjo da Silva, vulgo Paca de Rabo, foi um desses. Nasceu em Alagoas, em 1938, mas aos 14 anos foi para São Paulo. Trabalhou em firmas de terraplanagem. Veio para o Acre e aqui conheceu uma linda mocinha, Rosenilda Guerra, ela era tão bela, que a apelidaram de “Belô”! Tinha 14 anos na época quando conheceu Jorge. Ele ficou encantado por ela! E ela por ele! Namoraram por três meses e ficaram noivos. Mas o trabalho o chamava, afastando os dois. Jorge precisou ficar um ano em São Paulo, deixando sua bela noiva Belô em Rio Branco, à sua espera. Ela esperou o grande e único amor da sua vida voltar! Ele voltou! Casaram-se em 1970!Jorge trabalhava em Rio Branco, quando conheceu
o Prefeito de Brasileia, na época, Messias Ribeiro! Este o convidou para trabalhar com ele. Aqui a vida não foi fácil, Jorge foi trabalhar como encarregado dos maquinários da Prefeitura, porém um fato que o incomodou foi que as máquinas ficavam em qualquer terreno baldio, expostas ao sol e à chuva. Jorge, com grande experiência na área, lutou bravamente para que o maquinário da prefeitura ficasse em um local próprio. A luta pelo espaço da Garagem da Prefeitura não foi em vão, hoje, a Prefeitura de Brasileia tem um espaço próprio, bem localizado, graças a luta incansável de Jorge Arcanjo, vulgo Paca. Messias Ribeiro encerrou seu mandato e posteriormente deixou Brasiléia! Mas, o Paca continuou aqui, fixando residência por estas “bandas” com sua família. Pai de 05 filhos, viu nessa terra, a oportunidade de criar seus filhos com dignidade, honestidade e trabalho. O povo mais antigo fala que “ao tomar banho no Rio Acre, nunca mais sai daqui”. E Paca nunca saiu. Morador da Rua Odilon Pratagi, criou seus filhos! Com o tempo, Paca e sua família mudaram-se para outro local, em Brasileia. Mas, ele continuou trabalhando, desde 14 anos fazia isso e não era agora que ia desistir. Fez de tudo um pouco, coragem para o trabalho não lhe faltava. Mas, ele se destacou no ramo da pecuária, enfrentou muitos desafios, mas, com sua persistência e gosto pelo que fazia, superou todos. Sua fiel esposa Belô, sempre o acompanhava. Mas, logo ele, que era um homem tão resistente e forte, pereceu. Deixando a Belô, filhos, netos, demais familiares e amigos melancólicos com sua partida. Ele foi um grande homem, que deixou registrada sua presença e carisma em todos que o conheciam. Quanto ao apelido, segundo dizem, quando trabalhava em São Paulo, abriram um enorme buraco e nenhum trabalhador teve coragem de entrar, ele foi e entrou! Quando tinha qualquer trabalho desse tipo: o pessoal falava, chama o Paca, que ele vai! Daí o apelido pegou.
Jorge Arcanjo da Silva, O Paca, descanse em paz.
Saudades de seus familiares e amigos.