Cuba é o país mais perigoso para os cristãos. De 2021 a março de 2024, foram registrados 614 incidentes de perseguição aos seguidores de Jesus no país. A perseguição aos cristãos cubanos começou com a Revolução de 1959.
Nesse período, houve o confisco de propriedades de igrejas, como escolas, hospitais e terras, além de prisão, exílio e vigilância constante dos líderes cristãos que se mantiveram no país.
Livramento que gera salvação
Quando criança, Miguel (pseudônimo) ouvia rumores de que pessoas eram presas porque possuíam uma Bíblia. Aos 16 anos, começou a vender queijos para ajudar no sustento da casa. Ele e alguns colegas sofreram um grave acidente no caminhão em que estavam, mas sobreviveram e resolveram ir à igreja em agradecimento a Deus pelo livramento. Naquele dia, o jovem teve um encontro com Jesus e sua vida mudou.
A primeira perseguição aconteceu quando Miguel era carteiro. Ele colocou folhetos cristãos entre as folhas dos jornais que entregava. No dia seguinte, foi interrogado e ameaçado por dois policiais que foram até seu trabalho.
Miguel continuou a compartilhar o amor de Jesus e, após alguns anos, foi convidado a pastorear uma pequena igreja na zona rural. “Eu estava ciente da perseguição, mas o amor e a paixão pelo Senhor eram mais importantes”, testemunha. Faz 20 anos que o cristão cubano se tornou pastor e já passou por mais de 50 interrogatórios das autoridades cubanas.
Pastores como alvo
O peso da perseguição em Cuba recai ainda mais sobre pastores e líderes cristãos. “Eles monitoravam cada movimento meu e assediaram minha família, avisando que em breve eu seria preso”, relembra o pastor Miguel.
Toda as vezes que saía de casa, ele se despedia da família sem saber se retornaria. “Conheci pastores que sofreram acidentes de carro porque alguém mexeu em seus carros. Sempre disse à minha família para orar e estar preparada”, explica.