A Confederação Israelita do Brasil (Conib) criticou, nesta quarta-feira (23), a decisão do governo Lula de apoiar a ação movida pela África do Sul contra Israel na Corte Internacional de Justiça da ONU. Para a entidade, o Brasil rompe com sua tradição diplomática ao adotar o que chamou de “falsas narrativas”.
Em nota, a Conib disse que o governo brasileiro distorce os fatos para “demonizar Israel” e que a acusação de genocídio “é não apenas falsa, como perversa”. A entidade lembra que o termo foi criado para definir o Holocausto, o assassinato de 6 milhões de judeus.
O texto também critica diretamente o presidente Lula e seu assessor Celso Amorim por, segundo a entidade, abandonarem o equilíbrio histórico da política externa brasileira. A Conib afirma que o Brasil se afasta de Israel e cede ao “extremismo”.
– A ruptura da longa amizade e parceria do Brasil com Israel é uma medida equivocada e não tem o apoio do povo brasileiro – diz a nota.
O apoio à ação internacional foi anunciado mais cedo pelo Itamaraty. O governo brasileiro afirma que Israel comete violações sistemáticas de direitos humanos contra civis na Palestina, incluindo ataques a hospitais, igrejas e centros da ONU.
O processo em questão foi aberto pela África do Sul e pede que a Corte declare que Israel violou obrigações previstas na Convenção do Genocídio durante o conflito com o grupo Hamas, iniciado em 7 de outubro de 2023.
LEIA NA ÍNTEGRA:
A nota oficial do governo Lula sobre o trágico conflito em Gaza mais uma vez demonstra como a política externa brasileira abandonou sua tradição de equilíbrio e moderação sob o comando do presidente Lula e de seu assessor Celso Amorim. O governo distorce fatos e adota falsas narrativas criadas com o objetivo de demonizar Israel em sua luta para se defender do grupo terrorista Hamas e seus apoiadores iranianos, que atacaram o país de forma brutal em outubro de 2023. A acusação de genocídio promovida pela África do Sul é não apenas falsa, como perversa, já que o termo genocídio foi criado justamente para definir o Holocausto, o extermínio de 6 milhões de judeus pelos nazistas. O grupo terrorista Hamas usa deliberadamente civis palestinos como escudos humanos e admite isso publicamente. As trágicas mortes de palestinos são de responsabilidade do Hamas, que iniciou esse conflito com um ataque brutal contra Israel e poderia encerrá-lo imediatamente libertando os reféns e se rendendo. O rompimento da longa amizade e parceria do Brasil com Israel é uma medida equivocada, que comprova o extremismo de nossa política externa e não tem o apoio do povo brasileiro.