colunista: Ivana Cristina
Colaboração: Jucicléia Evangelista
Ícones de Brasileia e Epitaciolandia
Maria Evangelista Alves da Silva nasceu no dia 05 de agosto de 1957, seringal Montevidéu, localizado no Km 52, estrada do Pacífico. Filha de José Lourenço da Silva e Maria Evangelista Alves, desde criança aprendeu a trabalhar com sua mãe, ajudando nos serviços domésticos. Quando tinha 12 anos, mudou-se para a Colônia Belmonte e depois de 04 anos, vieram morar na cidade de Brasiléia. Casou-se aos 19 anos e foi morar novamente na colônia. Quando estavam se estabilizando financeiramente, retornaram para a cidade. Mas, com filhos pequenos para sustentar, ficava difícil viver na cidade. Ela, esposo e filhos foram morar na colônia na Bolívia. As dificuldades eram constantes, mas ela procurava acompanhar o esposo nas repetidas mudanças. Ao retornarem novamente para a cidade, seu esposo se separou, deixando Maria com os filhos pequenos. Mas, ela nunca perdeu a esperança e começou a trabalhar no Chapéu de Palha da Dona Nina, se aperfeiçoando na arte culinária! Retomou seus estudos à noite e com o tempo foi trabalhar na residência da Família Castro(Dona Valdeci e Alberto Castro), trabalhou por 18 anos na residência dos mesmos. Maria Evangelista conheceu um novo amor, Júlio Andrade Rocha. Casaram, tiveram uma filha, Juliana! Mas, ele faleceu, deixando-a viúva. A vida novamente trouxe tristeza ao coração de Maria Evangelista, mas ela nunca perdeu a fé. Exerceu por longos anos a função de cozinheira no Restaurante da Dona Dacila(em frente ao prédio da Rádio 03 de Julho). À noite, vendia caldo de galinha caipira ao lado do Forró da Graça(em frente ao cemitério). Maria Evangelista morava de aluguel e quando começou o loteamento do Bairro Samaúma II em 1992 (mudando o nome para Bairro Leonardo Barbosa), foi morar no bairro com sua família. Ela foi uma das primeiras moradoras. Sua vida foi sempre de muita luta, mas nunca abandonou seu sonho, de proporcionar conforto e bem-estar para seus filhos. Trabalhou como doméstica para uma família em Cobija e procurando melhorias foi cozinhar para uma Firma no Km 42, Estrada do Pacífico. Maria casou novamente. Ela e seu esposo Nilton Sampaio da Costa montaram um bar no bairro Leonardo Barbosa. Fazia deliciosos caldos de galinha e outras guloseimas, incrementando a renda do bar. Com as constantes alagações que assolaram Brasileia, principalmente o Bairro Leonardo Barbosa, o Bar que era o point do município com música ao vivo, fechou. Maria Evangelista não desanimou, com sua visão empreendedora foi vender nos eventos do município: carnaval, feiras, arraiais, desfiles e até nos comícios na zona rural. Logo ganhou fama e freguesia. Aperfeiçoando cada dia mais seu tempero, passou a vender: marral, charuto, panqueca, galinha no creme, suco e refrigerante, em frente ao Ginásio Eduardo Lopes Pessoa, principalmente em período de campeonato, em que a multidão se aglomera para assistir aos jogos de futsal. Maria Evangelista sempre foi uma mulher risonha, apesar de todos impropérios da vida, nunca reclamava, tratava todos com carinho e atenção. A mãe de Maria Evangelista, antes de falecer, deixou-lhe uma missão: cuidar de seu irmão Edgar Ancelmo Rodrigues. E ela o fez com maestria. Apesar do trabalho, sempre teve tempo de ir à colônia, saber como ele estava e passar um tempo em sua companhia. Os dois tinham uma ligação bastante forte, muito amor, cumplicidade e carinho envolvidos. Maria Evangelista gostava de dançar. Dançar era uma terapia! Frequentava o Centro dos Idosos de Brasileia e sentia-se renovada. O tempo foi passando e Maria adoeceu. A doença foi se agravando e apesar de lutar bravamente pela recuperação de sua saúde, faleceu, no dia 06 de janeiro de 2025. Coincidência ou não, seu irmão Edgar Ancelmo Rodrigues, faleceu no mesmo dia. O irmão que Maria cuidava, partiu junto com ela. Um véu de tristeza cobriu o coração dos familiares e amigos. Só quem conheceu Maria e Edgar sabia da força que os unia. Maria era uma mulher sábia! Uma mulher além do seu tempo! Uma mulher que nunca cruzou os braços diante das dificuldades da vida! Uma mulher que abraçou a família com amor, conforto e carinho. Uma mulher solidária, sempre disposta a ajudar o próximo. Ao receber das mãos da Prefeita Fernanda Hassem, em 2020, o troféu e título “Mulheres que Brilham”, ficou extremamente feliz e agradecida pelo reconhecimento, afinal sua batalha não foi em vão. E que sua luta inspirava muitas mulheres! Maria Evangelista teve 08 filhos: Jucicléia, Jucilene, Juliana, Juracir e Aurivan. (Falecidos: Janaira, José Maria e Jucicley), 16 netos e 07 bisnetos. Maria deixou saudades no coração enlutado de seus familiares e amigos.