COLUNA O “POVO QUER SABER” A ponte entre Brasiléia e Epitaciolândia: promessa eterna ou obra de papel? “história do vigário”

o povo quer saber Helizardo Guerra
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Reportagem: Helizardo Guerra 

Mais uma vez, a tão falada ponte que ligaria Brasiléia a Epitaciolândia volta ao centro das conversas populares. Entre anúncios políticos e supostas contratações de empresas, a obra permanece apenas no campo da promessa, alimentando a descrença da população. Para muitos moradores, trata-se da clássica “história do vigário”: muito discurso, pouca ação.

A tão comentada construção da ponte que ligaria os municípios de Brasiléia e Epitaciolândia permanece no imaginário popular como uma das maiores promessas não cumpridas da política local. Anunciada em diferentes pleitos eleitorais, a obra transformou-se em símbolo de esperança e, ao mesmo tempo, de frustração para a população do Alto Acre.

De um lado, os moradores enxergam no projeto um marco de desenvolvimento: estímulo à economia, integração mais eficiente entre os municípios, geração de empregos e mobilidade facilitada. De outro, cresce a percepção de que a ponte tem sido usada como bandeira política, servindo mais como ferramenta de campanha do que como um verdadeiro plano de governo.

Nas rodas de conversas em Epitaciolândia, a pergunta que ecoa é sempre a mesma: onde está a ponte? Enquanto os discursos oficiais falam em contratações de empresas e em entraves burocráticos, na prática, o concreto continua ausente.

O silêncio das autoridades apenas reforça a desconfiança. As informações sobre recursos destinados à obra desapareceram junto com as justificativas para os atrasos. Vereadores que antes cobravam explicações hoje preferem o silêncio. Já o gestor atual evita respostas objetivas, deixando a população sem qualquer esclarecimento após anos de espera.

De palanque em palanque, a ponte virou espetáculo político: já foi promessa em campanhas,  palanques festivos, tema de cultos de agradecimento e palco de discursos inflamados. Mas, quando os aplausos cessam e as luzes se apagam, sobra apenas a frustração.

A grande questão que paira sobre Brasiléia e Epitaciolândia é simples e direta: cadê a ponte? Enquanto não sai do papel, o projeto segue como metáfora perfeita da distância entre a política prometida e a realidade vivida pela população do Alto Acre.