Reportagem: Helizardo Guerra
A insatisfação dos munícipes de Epitaciolândia cresce em ritmo acelerado, especialmente diante das recentes pretensões políticas do atual prefeito, que agora se apresenta como pré-candidato a deputado estadual. A movimentação causa estranheza e até revolta entre parte da população, que questiona os méritos de quem, após dois mandatos consecutivos, não conseguiu organizar minimamente a infraestrutura da cidade — onde até caminhar pelas ruas se tornou um desafio.
A pergunta que ecoa nas conversas do dia a dia é direta e incômoda: como um gestor que não conseguiu garantir sequer a manutenção básica de sua própria cidade poderá assumir responsabilidades maiores, representando todo o Acre na Assembleia Legislativa? Se em oito anos não houve capacidade administrativa para resolver problemas locais, que confiança os eleitores devem ter de que, em âmbito estadual, ele será capaz de destinar emendas ou defender políticas públicas eficazes?
O episódio expõe um dilema recorrente na política acreana: prefeitos que, sem apresentar resultados consistentes em seus municípios, buscam voos mais altos, deixando para trás cidades com demandas urgentes e comunidades descontentes. Em Epitaciolândia, a cobrança é clara — antes de mirar novos cargos, é preciso dar respostas concretas às promessas feitas e não cumpridas ao povo que o elegeu por duas vezes.