Na turbulenta República de Solária — onde a cada eleição sobra palavra e falta proposta — um fenômeno curioso vem chamando a atenção do público, dos analistas políticos e até do pessoal que vende pipoca nas portas das convenções: os pré-candidatos ao governo simplesmente tremem diante da possibilidade de enfrentar a Vice-Governadora Maílza Assis nas urnas.
E não: segundo especialistas em politicologia improvisada, o medo não é por ela se chamar Maílza.
O temor é porque, diferentemente da fauna política local, ela não tem nada de frágil — apesar de vários concorrentes tentarem rotulá-la, sempre discretamente, é claro, para não apanhar da opinião pública. Nos bastidores, comenta-se que Maílza Assis assusta não apenas pela força política, mas por uma habilidade rara na política solariana: ela responde perguntas sem precisar consultar um assessor pelo ponto eletrônico.
Isso, evidentemente, causa enorme desconforto aos demais pré-candidatos, cuja linha de raciocínio costuma travar mais que impressora de repartição pública em final de expediente.
Os candidatos Miados & Co.
Enquanto isso, a oposição inventada — composta por nomes de impacto duvidoso como Draco Pontes, Celestino Barata e Lady Rubra da Moralidade Dúbia — tenta parecer feroz.
Tenta.
A cada entrevista ou coletiva, eles surgem com discursos que variam entre o improviso absoluto e a defesa apaixonada de ideias… que não existem. Seus apoiadores garantem que eles rugem como leões. Mas, para o eleitorado, o som lembra mais um miado de gato resfriado, daqueles que brigam no telhado e perdem até para a gravidade.
Para completar o figurino, volta e meia aparece algum secretário estadual correndo para a imprensa, tentando entregar “histórias explicativas” para ajudar algum pré-candidato desesperado. De vez em quando até arriscam propor soluções, mas acabam apenas respondendo provocações de adversários que não conseguem sustentar nem a própria narrativa.
O medo que ninguém admite
Fontes próximas aos grupos dos “pré-candidatos que não querem concorrer, mas fingem que querem” revelam que a apreensão é geral. A cada pesquisa interna, reunião estratégica ou tentativa de treinar discurso diante do espelho, a conclusão é sempre a mesma:
Enfrentar Maílza no debate é pedir para sair derrotado antes mesmo de começar.
E o povo acreano — cansado das promessas recicladas desde o reinado de Dom Lero-Lero I — começa a enxergar na vice-governadora um sopro de renovação real. Não aquele reciclado que só muda o slogan, mantém as mesmas figuras e reorganiza as palavras para parecer novidade.
Rumo à consagração?
Se depender do entusiasmo dos que apostam em um estado mais sério, Maílza Assis está a um passo de ser coroada futura Governadora de Solária. Já os que torcem contra… bem, esses seguem tentando ensaiar rugidos convincentes, mas a plateia continua ouvindo apenas o velho e conhecido miau.
No fim das contas, vale lembrar a famosa frase atribuída ao sábio político da Antiguidade Universal, Abram Linconius:
“Se quiser pôr à prova o caráter de um homem, dê-lhe poder.”
E se quiser provar o desespero de um grupo político, basta colocá-los na sombra de uma mulher forte, preparada e — principalmente — capaz.
Enquanto isso, Maílza Assis aguarda os próximos capítulos dessa política pequena, desnorteada e desequilibrada, que insiste em tropeçar na própria irrelevância.