Reportagem: Helizardo Guerra
A presidente do sindicato dos educadores do município de Epitaciolândia e do Estado, Márcia, representante do Sinteac, relatou ao site DEFRENTECOMANOTICIA, em entrevista ao jornalista Helizardo Guerra, nesta quinta-feira, 18 de dezembro de 2025, a apreensão e a indignação vividas por sindicalizados e servidores da educação diante do não depósito do pagamento parcial do décimo terceiro salário por parte da gestão municipal do prefeito reeleito.
Segundo a dirigente sindical, a situação causou surpresa e começou a se tornar evidente na última terça-feira, dia 9 de dezembro de 2025, quando servidores passaram a questionar se o benefício havia sido efetivamente creditado. “Recebi mensagens de várias funcionárias perguntando se eu havia recebido o décimo terceiro. Fui verificar minha conta bancária e não havia nenhum valor. Em seguida, começaram a chegar diversas mensagens e ligações. Alguns professores haviam recebido, outros não”, relatou.
Márcia destacou que, embora o valor do décimo terceiro conste regularmente no contracheque — inclusive registrado no sistema oficial da prefeitura — o dinheiro não foi creditado na conta bancária dos servidores. “Juridicamente, está tudo perfeito no papel, mas, na prática, a conta está zerada. Consta como valor descontado para depósito, mas o depósito não aconteceu”, afirmou.
Diante da situação, a presidente do sindicato buscou imediatamente esclarecimentos junto à Secretaria de Administração, entrando em contato com a secretária Regiane, que se comprometeu a verificar o ocorrido junto à equipe de finanças. No entanto, segundo Márcia, nenhuma resposta concreta foi apresentada até o momento. “Aguardamos o restante da terça-feira, todo o dia seguinte, sem retorno. Hoje fomos até a prefeitura para tentar conversar pessoalmente, mas não fomos atendidas”, disse.
A sindicalista também relatou diálogo com a secretária de Finanças, Magali, que informou, por mensagem, que o repasse recebido pelo município não foi suficiente para contemplar todos os servidores. A explicação, no entanto, não convenceu a dirigente. “Questionei por que não se esperou o próximo repasse para pagar todos de uma só vez. Não é justo que uns recebam e outros fiquem na expectativa. Isso gera frustração, insegurança e desorganização”, criticou.
De acordo com Márcia, o problema não se restringiu à educação, atingindo também outras secretarias da administração municipal. “Na saúde, alguns médicos receberam e outros não. Na secretaria de Obras, ocorreu a mesma situação. Foi uma verdadeira bagunça administrativa”, afirmou.
Questionada sobre uma possível seletividade nos pagamentos, a presidente do sindicato afirmou que não pode confirmar tal hipótese justamente pela ausência de informações oficiais. “Não nos explicaram qual foi o critério adotado. É isso que buscamos: transparência”, reforçou.
Ainda segundo informações repassadas pela Secretaria de Finanças, há uma previsão de que, caso um novo repasse seja efetuado até sexta-feira, o pagamento do restante do décimo terceiro salário possa ocorrer ainda nesta semana. “Mas é apenas uma previsão. Não há garantia concreta”, ponderou Márcia.
A dirigente também criticou a falta de diálogo da gestão municipal com o sindicato. “Há muito tempo o sindicato não é chamado para conversar. Não é por falta de iniciativa nossa. Enviamos ofícios, solicitamos informações, buscamos documentos e, inclusive, acionamos o Ministério Público. Para quem está de fora, pode parecer que o sindicato não faz nada, mas estamos cobrando, questionando e tentando representar a categoria”, explicou.
Ao final, Márcia deixou uma mensagem aos servidores que ainda aguardam o pagamento do benefício: “O sindicato continua cumprindo seu papel. Estamos lutando por respeito, por informação e por justiça. Não estamos pedindo nada além do que é direito do trabalhador. A categoria merece respostas e merece respeito”.
