fonte: revista oeste news
O ex-candidato à Presidência da República João Amoêdo anunciou nesta sexta-feira, 25, que pediu sua desfiliação do Novo. A informação foi confirmada pelo empresário em seu perfil no Twitter.
“Hoje, com muito pesar, me desfilio do partido que fundei, financiei e para o qual trabalhei desde 2010″, escreveu Amoêdo, nas redes sociais. “Deixo um agradecimento especial a todos que fizeram parte desse time, que, com dedicação, humildade e determinação, transformou em realidade o que parecia ser impossível.”
“Ao longo dos últimos 33 meses, sob a atual gestão, o Novo foi sendo desfigurado e se distanciou da sua concepção original, de ser uma instituição inovadora que, com visão de longo prazo, sem culto a salvadores da pátria, representava a esperança de algo diferente na política”, continuou.
“A minha saída do Novo em nada muda a vontade de ajudar o Brasil”, afirmou. “Espero levar os aprendizados desse projeto e, junto com aqueles que conheci e que compartilham dos mesmos valores, trabalhar pelo que sempre foi meu objetivo: contribuir para melhorar a vida dos brasileiros.”
A decisão ocorre depois de a Comissão de Ética do Novo suspender o fundador da legenda, em 27 de outubro. Segundo os correligionários, a filiação foi paralisada em virtude de o empresário declarar voto no ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
“Nossa comissão tem como principal função zelar pela ética e pelo decoro, bem como pela aplicação do estatuto e das normas internas do Novo”, informou o partido. “Sendo assim, o órgão competente para julgar denúncias feitas por nossos filiados segue seu curso, respeitando rigorosamente as determinações estatutárias e o direito de defesa.”
Apoio a Lula
“Os fatos, a história recente e o resultado do primeiro turno, que fortaleceram a base de apoio de Bolsonaro, me levam à conclusão de que o atual presidente apresenta um risco substancialmente maior”, disse Amoêdo, em entrevista à Folha de S.Paulo. Entre os supostos riscos que o fizeram desistir de anular o voto, o fundador do Novo menciona uma recente declaração do chefe do Executivo sobre alterar a composição do Supremo Tribunal Federal (STF).
“Bolsonaro confirmou ser não apenas um péssimo gestor, como já prevíamos, mas também uma pessoa sem compaixão com o próximo”, justificou Amoêdo. “Ele é incapaz de dialogar, de assumir suas responsabilidades e não tem compromisso com a verdade. É um governante autocrático, que se coloca acima das instituições.”