FONTE: terrabrasilnoticias.com
Após duas semanas sem fazer sua live semanal, o presidente Lula realizou nesta terça-feira sua transmissão ao vivo, e voltou ao formato acompanhado pelos ministros Camilo Santana (Educação) e Nísia Trindade (Saúde). Com isso, o presidente repete um formato adotado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro, que também costumava levar ministros para suas transmissões.
O modelo foi inaugurado pelo petista na última edição da sua live, transmitida há duas semanas, quando Lula levou Camilo Santana para falar das ações do governo para a área da educação.
Em nota, o Palácio do Planalto afirmou que as lives não aconteceram devido à “pesada agenda internacional do presidente Lula, no G20, na Índia, e na Assembleia Geral da ONU, em Nova Iorque”.
Transmitida normalmente às terças-feiras, o programa, no entanto, já foi ao ar em outros dias da semana para encaixar melhor na agenda do presidente e já foi feito, até mesmo, fora do país.
Lula chegou da Índia, há duas semanas, onde participou do G20. Ele pousou em Brasília no começo da madrugada de terça-feira. Por conta desse horário de volta, o presidente decidiu não fazer o programa “Conversa com o Presidente”. Apesar de ter pousado em Brasília perto de meia noite, o presidente despachou normalmente no dia seguinte do Palácio da Alvorada e teve uma semana normal de agendas.
Na semana passada, cumpriu agenda em Nova York, onde participou, por exemplo, da abertura da Assembleia Geral da ONU.
Na última live transmitida, Lula saiu em defesa do ministro Cristiano Zanin, do Supremo Tribunal Federal, após seu primeiro indicado no atual mandato ter sido alvo de críticas por votos considerados conservadores.
Sem citar o ministro, o petista defendeu votações secretas na Corte, em que as posições de cada magistrado não sejam conhecidas, apenas o resultado final dos julgamentos. Para o presidente, “a sociedade não tem que saber como vota um ministro da Suprema Corte”.
A frase de Lula foi altamente criticada, inclusive por ex-ministros da Suprema Corte. Em entrevista ao GLOBO, o ministro Ricardo Lewandoski afirmou que a publicidade “é um princípio constitucional” e que não é possível “nenhum retrocesso nesse sentido”. A aposentadoria do ministro abriu a vaga hoje ocupada por Zanin.
A primeira live foi ao ar no dia 13 de junho e iria para a sua 14ª edição nesta semana. Desde então, a transmissão já precisou ser adaptada para se encaixar na agenda de Lula e já foi ao ar, por exemplo, da África do Sul — durante a cúpula dos Brics — , em Puerto Iguazú — durante o Mercosul —, em Belém — na cúpula da Amazônia, e de Bruxelas.
Concebida para levar um ambiente descontraído e informal ao público, a live tem o objetivo de cumprir outro papel: disputar as redes sociais e tentar “pautar” o debate nacional. Desde o início do governo, há preocupação de auxiliares de Lula para que a Presidência não fique a reboque dos acontecimentos ou dos temas explorados pelos veículos de comunicação.
A EBC transmite semanalmente as lives pelas redes e pela televisão, sempre no canal destinado para a comunicação do governo, rebatizado na terça-feira de CanalGov.