Reportagem: Helizardo Guerra
Na manhã desta sexta-feira, um grupo de atores e atrizes realizou um protesto em frente à sede da Fisoni para denunciar o atraso e a falta de pagamento referentes à participação em um espetáculo cronoecológico produzido para o evento. Segundo os artistas, a empresa teria utilizado o espetáculo como “base” e “pilar” para a construção do espaço das apresentações, mas, contraditoriamente, não honrou os compromissos financeiros firmados com a equipe.
De acordo com os profissionais, cada ator deveria receber R$ 5.000 pelo trabalho, divididos em duas parcelas. A primeira, no valor de R$ 2.500, deveria ter sido paga até 5 de novembro — o que simplesmente não aconteceu. Os artistas afirmam ter sido “enrolados” pela gestão ao longo das últimas semanas, recebendo promessas vazias e enfrentando total falta de comunicação por parte da empresa.
Horas antes do protesto, a Fisoni realizou um depósito de R$ 1.500, o que os manifestantes classificam como uma tentativa clara de impedir a mobilização. “Nós só estamos aqui pedindo o mínimo, que é ser pago pelo nosso trabalho”, afirmou uma das integrantes do grupo. Os profissionais destacam que dedicaram quatro meses de ensaios e preparação, além de terem realizado três apresentações. Eles denunciam ainda que outros membros da equipe técnica também não receberam os valores combinados.
O cancelamento das apresentações restantes agrava ainda mais o cenário. Segundo os artistas, a Fisoni recolheu os figurinos e dispensou toda a equipe por mensagens de WhatsApp, cancelando sete dias adicionais de apresentações — mesmo com todos os profissionais disponíveis. Muitos afirmam ter recusado outras oportunidades de trabalho durante a COP para cumprir o acordo com a empresa.
Durante o protesto, o grupo lamentou o silêncio e a ausência de diálogo do gestor responsável, que não apareceu para prestar esclarecimentos. “A gente só conseguiu silêncio, enrolação e mentira. Ele não tem coragem de sair para falar com a gente, porque sabe que está errado”, criticou um dos manifestantes.
O grupo reforça que o ato busca apenas garantir direitos básicos e denunciar a desvalorização recorrente da classe artística. Até o momento, a Fisoni não se pronunciou sobre as acusações.