“Bolívia em Colapso: Filas Intermináveis por Gasolina Expõem a Crise do Modelo Econômico” VEJA ” VIDEO”

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Reportagem: Helizardo Guerra 

Brasiléia, AC — O caos virou rotina na fronteira entre o Brasil e a Bolívia. Em postos bolivianos próximos a Epitaciolândia e Brasiléia, motoristas enfrentam filas quilométricas na tentativa de conseguir gasolina. Com a escassez, o governo boliviano impôs restrições: cada veículo só pode abastecer uma vez por semana, conforme o final da placa, e com limite de litros.

Uma Crise Anunciada

A Bolívia, que já foi referência em produção energética na América do Sul, enfrenta uma das piores crises de sua história. A produção nacional de gás natural e petróleo caiu drasticamente, forçando o país a importar mais da metade da gasolina e 86% do diesel consumido internamente. A forte dependência externa, somada à escassez de dólares, tornou insustentável a política de subsídios. Em 2024, o governo boliviano destinou US$ 1,4 bilhão para manter os preços dos combustíveis congelados — um gasto que praticamente esgotou as reservas internacionais e agravou o cenário econômico.

O Peso de Más Escolhas

Especialistas apontam que a crise é consequência de anos de decisões econômicas equivocadas, principalmente durante os governos socialistas. A falta de investimentos em novos campos de exploração, aliada ao aumento de gastos públicos e à manutenção de subsídios irreais, levou o país a uma situação crítica. As reservas internacionais, que em 2014 eram de US$ 15 bilhões, despencaram para apenas US$ 1,8 bilhão em 2024.

Reflexos na Vida Cotidiana e na Política

O impacto é sentido diretamente pela população. Além das filas nos postos, os preços de alimentos e produtos essenciais dispararam. O descontentamento gerou uma onda de protestos em várias cidades, liderados por caminhoneiros, comerciantes e consumidores. A crise também provocou fissuras dentro do partido governista, o Movimento ao Socialismo (MAS), expondo o racha entre o presidente Luis Arce e o ex-presidente Evo Morales.

Alerta para os Vizinhos

A crise boliviana serve de alerta para os riscos de políticas econômicas insustentáveis e da má gestão dos recursos naturais. Nas cidades brasileiras próximas à fronteira, a tensão é crescente. Moradores observam com apreensão os desdobramentos no país vizinho, temendo os impactos diretos e indiretos em sua rotina.