fonte: agencia de noticias do acre
“O Corpo de Bombeiros se tornou uma referência e eu me orgulho de fazer parte dessa história”, afirma o coronel Charles Santos, atual comandante do Corpo de Bombeiros Militar do Estado do Acre (CBMAC). O orgulho se constrói ao recordar de tudo o que foi conquistado e avaliar que 2024 foi um ano de excelência para a corporação, pois, em meio aos extremos das crises climáticas e às chamadas de emergências cotidianas, a instituição conquistou, cresceu e comemorou os triunfos da missão de fazer das vidas alheias a maior riqueza a ser preservada.
Jubileu de Ouro do Corpo de Bombeiros do Acre: meio século de bravura e excelência. Foto: Neto Lucena/ Secom
Para analisar com propriedade os resultados obtidos neste ano, é adequado, primeiro, olhar para trás, pois são 50 anos de história. “Em 1974, éramos parte da Polícia Militar e, antes disso, estávamos dentro da Secretaria de Segurança. Depois saímos e passamos a integrar a Polícia Militar, até a separação administrativa da Polícia Militar, realizada em 1991”, narra o coronel Charles Santos.
“Entrei no Corpo de Bombeiros em 1994”
O Corpo de Bombeiros iniciou suas atividades em 1974, pois havia demandas que a Polícia Militar não conseguia atender, como resgates, mergulhos e combate a incêndios. Naquele tempo, os serviços eram feitos de forma muito rudimentar, utilizando recursos improvisados, como carros-pipa e outros equipamentos básicos. Em 1975 e 1976, chegaram as primeiras viaturas, e a evolução começou de forma mais efetiva.
“A partir da emancipação, passamos a pensar o Corpo de Bombeiros como uma instituição que não apenas reagia, mas também trabalhava na prevenção. Começamos a estudar estruturas, ciências e comportamentos preventivos”, aponta o coronel. “Ainda assim, engatinhávamos. Quando cheguei, em 1994, a corporação tinha apenas sete viaturas, usadas para vistorias, visitas e atendimentos.”
“Naquela época, tínhamos apenas duas viaturas em Rio Branco. Uma delas era um caminhão Agrale adaptado, com uma lona cobrindo os materiais”, relembra o coronel Charles Santos. Foto: acervo pessoal
“Fiz o concurso em 1993, mas a publicação atrasou e saiu em janeiro de 1994. Quando cheguei na academia é que saiu a publicação, e aí começamos. Me formei em 24 de novembro de 1996 na academia e retornei ao Acre. Naquela época, tínhamos apenas duas viaturas em Rio Branco. Uma delas era um caminhão Agrale adaptado, com uma lona cobrindo os materiais.” Entre risadas, o coronel recorda: “Há uma história engraçada de uma senhora que confundiu a viatura com um pau de arara. A realidade era precária, e trabalhávamos com muita improvisação”.
Atualmente a realidade é outra: há uma frota de mais de 150 veículos e unidades em várias cidades, como Rio Branco, Cruzeiro do Sul, Xapuri, Epitaciolândia, Feijó e Sena Madureira, entre outras, trabalhando com planejamento mais estruturado, tanto em prevenção quanto em emergências.
“O Corpo de Bombeiros se tornou uma referência e eu me orgulho de fazer parte dessa história”, afirma coronel Charles Santos. Foto: acervo pessoal
“Esse crescimento foi possível graças à visão de quem esteve no início e à dedicação de gerações de bombeiros que vieram depois. Nos últimos seis anos, especialmente, tivemos uma reestruturação significativa, com reformas em quase todas as nossas unidades. As únicas pendências são Epitaciolândia e Feijó, mas já temos recursos para finalizá-las em 2025”, informa o coronel.
Em termos de atuação, os bombeiros têm especialização em resgate, mergulho, combate a incêndios florestais e muito mais. Esse avanço é reflexo de um trabalho coletivo, de modernização e de investimento na qualidade do atendimento à população.
“Bombeiros acreanos personificam a bravura e o compromisso”
O Corpo de Bombeiros Militar do Acre entrega à sociedade sua atuação em 2024 com uma série de realizações que marcaram a história da corporação. A instituição, que comemora neste ano seu Jubileu de Ouro, aos 50 anos de idade se mostra fundamental para a segurança da população, enfrentando diversos desafios e obtendo resultados expressivos em diversas áreas.
Corpo de Bombeiros do Acre comemora neste ano seu Jubileu de Ouro. Foto: Neto Lucena/Secom
Atualmente, a corporação conta com um efetivo de 633 militares, distribuídos em nove unidades operacionais e três administrativas, com atividade direta em sete municípios: Rio Branco, Epitaciolândia, Cruzeiro do Sul, Sena Madureira, Tarauacá, Feijó e Xapuri; estendendo a resposta operacional para mais seis municípios: Bujari, Porto Acre, Senador Guiomard, Brasileia, Rodrigues Alves e Mâncio Lima. Conta também com efetivo para a prontidão nos aeroportos do Acre: Rio Branco e Cruzeiro do Sul.
Publicada no último dia 2 julho na Agência de Notícias do Acre, a matéria comemorativa ao Dia do Bombeiro Brasileiro exalta a figura do bombeiro: “Em cada missão de resgate, combate a incêndios ou auxílio em desastres naturais, os bombeiros acreanos personificam a bravura e o compromisso inabalável com a segurança da comunidade, transformando cada chamada de emergência em uma oportunidade de heroísmo cotidiano”.
Corporação conta com efetivo de 633 militares, distribuídos em 9 unidades operacionais e 3 administrativas. Foto: Neto Lucena/Secom
E completa: “A trajetória de 50 anos do Corpo de Bombeiros Militar do Estado do Acre é marcada por avanços tecnológicos, melhorias estruturais e um compromisso contínuo com a missão de salvar vidas. […] O apoio do governo estadual e federal tem sido fundamental para o crescimento e fortalecimento do CBMAC, garantindo que a corporação esteja sempre preparada para enfrentar os desafios e servir à comunidade com excelência”.
Desafios ambientais sem precedentes
Neste ano, o Acre enfrentou desafios ambientais sem precedentes, marcados por dois extremos. Primeiro, a maior enchente da história, seguida de uma intensa estiagem, que elevou os índices de queimadas florestais. Esses fenômenos colocaram à prova a capacidade de resposta e prevenção das forças de segurança do Estado, especialmente do Corpo de Bombeiros.
Foram 24 dias intensos, com organização diária, preleção com as tropas, trabalho em pontos de travessia, transporte de bens da população atingida pela cheia aos abrigos e resgates. Foto: Pedro Vasconcelos/CBMAC
A matéria publicada no último 11 março na Agência de Notícias informou que “no dia 29 de fevereiro, o Rio Acre ultrapassou os 17 metros e se manteve acima desse nível por oito dias, chegando à segunda maior enchente registrada na capital desde 1971, quando o manancial passou a ser monitorado. Foi às 9h de quarta-feira, 6, que o rio atingiu 17,89 metros, antes de começar a vazar no mesmo dia”.
“Vidas alheias, riquezas a salvar” é lema dos bombeiros. Foto: Dhárcules Pinheiro/Sejusp
Frente à segunda maior enchente da história, o Corpo de Bombeiros do Acre deu início, no 23º dia de fevereiro, à Operação Enchente 2024. Foram 24 dias intensos, com organização diária, preleção com as tropas, trabalho em pontos de travessia, transporte de bens da população atingida pela cheia aos abrigos e resgates.
Bombeiros atuaram em diversas frentes na grande enchente de 2024. Foto: Filipe Cavalcante/ CBMAC
“Pela primeira vez, todos os municípios do estado foram abrangidos por ações coordenadas, com a participação de todo o efetivo do Corpo de Bombeiros. Durante a enchente histórica, medidas de contenção, resgate e assistência foram implementadas logo nos primeiros dias, evitando perdas ainda maiores”, destaca o comandante do Corpo de Bombeiros.
Ao todo, foram atendidas 6.571 ocorrências, realizada a travessia de 3.885 pessoas e mais de 10 mil foram atendidas. Além do Rio Acre, na capital, também transbordaram os igarapés Batista, São Francisco, Dias Martins, Redenção e da Judia, atingindo 51 bairros.
Viaturas e equipamentos adquiridos serão empregados no combate às queimadas. Foto: Diego Gurgel/Secom
Com atenção e resiliência, três meses após os rios e igarapés darem vazante, foi lançada a 4ª edição da Operação Fogo Controlado. Desenvolvida por meio de uma parceria entre governo federal, governo do Acre e outras instituições estatais, a operação envolve 16 bases operacionais, gerando atendimento em 20 dos 22 municípios do estado.
Apenas dois municípios não recebem atendimento imediato, mas contam com monitoramento contínuo e, se necessário, o deslocamento de guarnições de combate ao fogo. São mais de 25 viaturas empregadas e altos investimentos em profissionais destacados e recursos operacionais.
Apenas dois municípios não recebem atendimento imediato, mas contam com monitoramento contínuo e, se necessário, deslocamento de guarnições de combate ao fogo. Foto: Marcos Vicentti/ Secom
Além de combater os incêndios em vegetação, a força-tarefa realiza palestras em escolas e associações de produtores, abordagens a moradores e rondas diárias nos bairros com maior incidência de incêndios, visando promover a educação ambiental e a conscientização da população, o que pode gerar uma mudança de comportamento em longo prazo, reduzindo significativamente a ocorrência de incêndios causados por ações humanas.
Operação envolve 16 bases operacionais, gerando atendimento em 20 dos 22 municípios do estado. Foto: Neto Lucena/Secom
A operação também conta com o uso de tecnologia de monitoramento via satélite, que permite uma observação detalhada das regiões críticas, com janelas de 30 dias, 15 dias, 7 dias e 24 horas, orientando o reforço do efetivo conforme necessário. O gerenciamento dos dados e da resposta operacional é realizado na sala de situação localizada no Quartel do Comando-Geral, em Rio Branco.
O esforço conjunto envolve o apoio do governo federal, por meio do Ministério da Justiça e Segurança Pública, do Ministério Público, que oferece suporte jurídico, do REM KfW, das prefeituras municipais e da Defesa Civil.
Esforço conjunto envolve apoio do governo federal, por meio do Ministério da Justiça e Segurança Pública, do Ministério Público, que oferece suporte jurídico, do REM KfW, das prefeituras municipais e da Defesa Civil. Foto: Neto Lucena/ Secom
“No período de estiagem, apesar de um número menor de incêndios florestais em comparação com 2022, a qualidade do ar em Rio Branco alcançou níveis críticos, colocando a capital entre as cidades mais poluídas do mundo durante o período”, recorda o coronel Charles. E detalha: “Mesmo assim, o Acre destacou-se, ao não depender de forças externas para combater os incêndios. Toda a operação foi conduzida com recursos estaduais, evidenciando a eficiência da gestão integrada das agências de segurança e ambientais”.
Segunda fase da Operação Protetor dos Biomas foi lançada no Acre. Foto: Dhárcules Pinheiro/Sejusp
Nesse meio tempo, foi lançada também a segunda fase da Operação Protetores dos Biomas, que chegou à sua quarta edição e foi um marco em termos de mobilização e resultados. Pela primeira vez, todos os municípios do estado foram envolvidos por ações coordenadas, com a participação de todo o efetivo do Corpo de Bombeiros. Durante a enchente histórica, medidas de contenção, resgate e assistência foram implementadas logo nos primeiros dias, evitando perdas ainda maiores.
Investimentos e modernização
Este ano, o Corpo de Bombeiros do Acre passou, também, por uma revolução em termos de estrutura, efetivo e equipamentos. Logo no começo de 2024, o governador Gladson Cameli anunciou a convocação de 58 integrantes do cadastro de reserva, na sessão de abertura do ano legislativo de 2024 da Assembleia Legislativa do Acre (Aleac). Dois meses após o chamamento, 30 oficiais praças foram promovidos em evento solene, que contou com a presença do governador. Na ocasião, o comandante Charles Santos afirmou: “Hoje tivemos 30 oficiais promovidos, fazendo com que esses cidadãos se sintam ainda mais valorizados e incentivados a desempenhar o melhor serviço à sociedade”.
Completando 30 anos de serviço no Corpo de Bombeiros Militar, Uildenberg de Sousa ascendeu ao cargo de major. Foto: José Caminha/Secom
Em março, foi entregue a torre de treinamento do Corpo de Bombeiros. Com 21 metros de altura, a maior da Região Norte, a torre permite simulações avançadas de combate a incêndios e resgates em edificações, sendo referência para outros estados. O equipamento é fruto de um investimento de R$ 11 milhões na Segurança Pública.
Houve também a entrega de quatro novas viaturas, que possibilitaram mais agilidade e eficiência no atendimento à população. De acordo com a gestão estadual, o total investido na aquisição dos equipamentos foi de R$ 1,08 milhão. Cada viatura custou pouco mais de R$ 269 mil, provenientes de recursos do Ministério da Justiça e Segurança Pública.
Total investido na aquisição dos equipamentos foi superior a R$ 1 milhão. Foto: Aline Vitória/Sejusp
No momento, o coronel Charles Silva afirma que as viaturas vão atuar não somente no combate direto aos incêndios em vegetação, mas também na força-tarefa que realiza palestras em escolas e associações de produtores, bem como em abordagens a moradores, para prevenir queimadas pontuais, e rondas diárias nos bairros com maior incidência de incêndios.
Em junho, 17 militares se formaram no 7º Curso de Mergulhadores Autônomos (Cmaut 2024), realizado em um período de 60 dias, com 320 horas-aulas. O curso foi possível após o governo ter inaugurado seu próprio tanque de mergulho. Por causa da turbidez e, consequentemente, da baixa visibilidade na água, as condições de mergulho nos rios e lagos acreanos estão entre as mais desafiadoras do país.
Tanque foi construído com recursos provenientes do Plano de Valorização dos Profissionais de Segurança Pública de 2020. Foto: Dhárcules Pinheiro/Sejusp
“Todos esses avanços só foram possíveis graças ao empenho do governo estadual, liderado pelo governador Gladson Cameli, que priorizou investimentos estratégicos e incentivou a integração entre as forças de segurança. O Acre não apenas enfrentou os desafios ambientais com competência, mas também tornou-se referência nacional, exportando soluções inovadoras para outros estados”, agradece o comandante do CBMAC, coronel Charles Santos.
Impacto social e educacional na vidas das crianças
Segundo o coronel Charles Santos, o Corpo de Bombeiros gerencia hoje três escolas militares, que atendem diretamente mais de 2.500 alunos: Colégio Militar Dom Pedro II (CMDPII), com núcleos em Cruzeiro do Sul (697 alunos) e Rio Branco (1.060 alunos); Escola Militar 15 de junho, em Senador Guiomard (274 alunos); e Escola Cívico-Militar Wilson Barbosa, também em Rio Branco (513 alunos).
As escolas cívico-militares e colégios militares, ao promover o sentimento de pertencimento a uma comunidade e a importância de contribuir para o bem comum, prezam por disciplina, valores cívicos, trabalho em equipe e, em alguns casos, obtêm melhores resultados pedagógicos. Além disso, oferecem oportunidades para o desenvolvimento pessoal e profissional dos alunos.
Colégio Militar Dom Pedro II (CMDPII) Rio Branco tem 1060 alunos. Foto: Neto Lucena/Secom
No ensino gerenciado pelo Corpo de Bombeiros Militar do Acre, tem-se um ambiente pedagógico estruturado com regras claras, o que fomenta o desenvolvimento de hábitos de estudo e disciplina nos alunos. Os alunos aprendem a respeitar a autoridade dos professores e do pessoal militar, o que é benéfico para seu desenvolvimento pessoal e social. Os horários mais rígidos visam estimular a pontualidade e a organização.
Os alunos também recebem apoio adicional para a preparação em exames importantes, como os vestibulares, e podem desenvolver habilidades como liderança, resolução de problemas e trabalho em equipe por meio de atividades extracurriculares e programas de treinamento.
Colégio Militar Dom Pedro II (CMDPII) Rio Branco
O CMDPII/RB recebeu um aporte de R$ 250 mil em materiais que melhoraram significativamente a infraestrutura da escola. O investimento incluiu ar-condicionado, equipamentos de informática, materiais esportivos e mobiliário, contribuindo para um ambiente mais moderno e confortável para alunos e professores.
Alunos do projeto de taekwondo do Colégio Militar Dom Pedro II são medalhistas de campeonato em Rondônia. Foto: Dhárcules Pinheiro/Sejusp
Uma parceria com a Cooperativa de Saúde dos Servidores Públicos do Corpo de Bombeiros do Acre (CBSAÚDE) trouxe atendimento médico e psicológico para atender os alunos, promovendo também a saúde mental. Outra parceria de destaque foi com o Instituto Federal do Acre (Ifac), fortalecendo o programa de robótica e incentivando o aprendizado tecnológico.
No campo esportivo, o futsal feminino conquistou ouro nos Jogos Estudantis, assim como a equipe bub-17 feminina, nos Jogos Escolares.
Cursando o 9º ano do fundamental, Ana Carolina conquistou medalha de ouro na Olimpíada Feminina de Química. Foto: Neto Lucena/Secom
Os alunos do CMDPII brilharam em competições acadêmicas, obtendo muitas medalhas:
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Ouro na Olimpíada do Tesouro Direto de Educação Financeira (Olitef);
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Ouro na Olimpíada Nacional de Eficiência Energética (Onee);
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Destaque na Olimpíada Brasileira de Química Júnior (OBQJr);
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Participação na Mostra Viver Ciência, da Secretaria de Estado de Educação e Cultura (SEE).