colunista: Ivana Cristina
Colaboração: Maria Lúcia
Ícones de Brasileia e Epitaciolandia
O nome dele era Francisco Íris de Andrade, mas todos o conheciam por Chico Fiesca, era casado com Olinda Valério de Andrade, juntos tiveram 05 filhos: Francisco, José Maria, Maria Lúcia, Edmundo e Elizeu. Seu Chico Fiesca era seringueiro, mas o trabalho no corte da seringa exigia muito esforço físico e já em idade avançada, precisou largar o trabalho de seringueiro e mudar-se para Vila Epitácio com sua família. Chegando aqui, a vida não foi fácil! Começou limpando quintais para sustentar seus filhos. Sua esposa, Olinda, era uma parteira de mão cheia! Muito requisitada pelos moradores da pequena Vila Epitácio!
Um amigo ofereceu uma vaga de padeiro ao Seu Chico. Uma oportunidade que ele não desperdiçou! Se esforçava cada dia mais, desempenhando a profissão com dedicação e habilidade.
A credibilidade de Seu Chico atraiu diversos fregueses! Foi dessa forma que a vida melhorou para eles. Dona Olinda continuou realizando partos, aperfeiçoando na profissão. Com o passar do tempo começou a trabalhar no posto de saúde (onde hoje é a Delegacia de Epitaciolandia). Por seu excelente trabalho, foi transferida para o hospital Raimundo Chaar. Lá desempenhou a função que amava, parteira.
Seu Chico Fiesca rezava em crianças para vento caído, mal olhado e quebranto. Ao ficarem curadas, as mães sempre voltavam para agradecer.
Seu Chico Fiesca costumava usar chapéu, muito católico, quando passava em frente a igreja, tirava o chapéu em sinal de respeito. Era devoto de São Francisco, rezava todos os anos um terço em sua homenagem.
Quando
eu era criança, minha mãe levava para assistir o terço de São Francisco em sua casa. Uma promessa antiga, que ele realizava todos os anos. Eu e a Francisca Oliveira não perdíamos um terço. No final da reza, ele oferecia um verdadeiro banquete para os participantes. Era muita gente, que a sala de sua casa ficava lotada e cada ano mais pessoas participavam.
A Vila Epitácio era apenas uma rua, coberta de areia e poucas casas. Todos se conheciam e com isso muitos moradores compareciam ao terço. Uns iam para rezar, outros, como as crianças, iam para rezar e comer.
O tempo passou e Seu Chico Fiesca nos deixou em 1998. Todos sentiram sua partida. Mas, ficou na lembrança de seus parentes e amigos, um exemplo de pai, esposo, amigo, devoto de São Francisco e um excelente padeiro.
Apesar da perda, Dona Olinda continuou firme, trabalhando na profissão que amava, cercada pelo amor de seus filhos, noras, genro e netos. Em 2024, ela partiu! Deixando uma lacuna nos corações de seus familiares e amigos. Um casal que superou os obstáculos diante das adversidades. Um casal exemplar que deixou saudades nos corações de todos.
