Reportagem: Helizardo Guerra
As fortes chuvas que atingiram o Alto Acre na tarde de 2 de setembro de 2025 expuseram, mais uma vez, a dura realidade enfrentada pelos moradores de Epitaciolândia, em especial do Bairro Liberdade. O que deveria ser apenas um fenômeno climático transformou-se em mais uma prova do descaso da gestão municipal e da falta de investimentos estruturais.
No Liberdade, as imagens se repetem: ruas alagadas, esgoto a céu aberto, crateras no asfalto e uma infraestrutura urbana que parece esquecida pelo poder público. Reclamações antigas da população seguem sem resposta, enquanto a prefeitura insiste em ações paliativas que não atacam a raiz do problema.
Especialistas em administração pública são categóricos: a ausência de planejamento urbano e de investimentos preventivos não apenas precariza a vida dos cidadãos, mas também onera os cofres municipais com reparos de emergência, que custam mais e resolvem menos. Em Epitaciolândia, a sensação é de que a gestão só reage quando a situação já se torna crítica — e, nesse intervalo, quem paga a conta é a população.
O Bairro Liberdade, um dos mais populosos da cidade, virou símbolo desse abandono: ruas intrafegáveis, drenagem ineficiente e insegurança diante das enchentes. O discurso oficial de progresso contrasta com a prática marcada por omissões e promessas não cumpridas.
Diante desse cenário, cresce a cobrança por uma gestão pública que vá além da retórica, assume responsabilidades e implemente soluções definitivas. Até lá, os moradores seguem à mercê do próximo temporal — e do contínuo descaso administrativo.
