colunista: Ivana Cristina
Ícones de Brasileia e Epitaciolandia
Era uma vez, uma princesa linda, pele clara, sorriso largo, cabelos pretos e um olhar inocente. Como todas as histórias de fadas, conheceu o “seu” príncipe. Ele não era bonito, mas tinha um porte elegante, ocupava um alto cargo. E se apaixonou pela princesa bonita. Ela que costumava passear de bicicleta pelas ruas das palmeiras, brincar no pátio da igreja católica Nossa Senhora das Dores, pular carnaval com as amigas, desfilar na fanfarra da escola, dia 03 de julho, frequentar os bailes do Sport Clube Brasília e da Maçonaria com seus pais, também ficou encantada por ele. Namoraram e casaram. O casamento, com direito a marcha nupcial, a guardiões fardados que “protegiam” aquele casal no hall da igreja, parecia irreal. Ela vestida de branco, com as mãos trêmulas e andar vacilante, dirigiu-se ao altar. Era um sonho. Um verdadeiro conto de fadas no mundo real. E para colorir essa encantadora história, uma linda princesinha nasceu. Mas, a belíssima história de amor, de repente, transformou-se em pesadelo. E você, diferente das princesas que povoam os contos de fadas, não teve um final feliz. A princesa linda tinha “enxergado” a verdadeira face do seu príncipe, agora, seu algoz. Ela disse “não”, ela ousou a dizer “não”. E pagou caro por aquele “atrevimento”. Ele fugiu com a pequena princesa, rumo ao desconhecido. E a Princesa Mãe, antes frágil , transformou-se em uma leoa, correu desesperada para ter novamente em seus braços, o ser mais valioso de sua vida, sua amada filha. Ele a enganou! Ele a silenciou!
Em um dia acinzentado de agosto, ela pereceu. E ele, pensando que tinha exterminado a flor, subestimou a semente. A semente germinou, cresceu, encantou. Vejo-a em você!Charlene! Você é a voz da Vitória, “Tóia” para os íntimos. Hoje, você dá voz a tantas mulheres que ao dizer “não”, são silenciadas! Rasguei a veste do medo, da timidez de expor em palavras meus pensamentos! Foi através de você, Charlene! Através de você, Toya! Através de você, Gislene. Vocês são minha inspiração! E apesar do tempo, nunca mais, a cidade de Brasileia foi a mesma sem a sua presença, “Tóia”.
A Família Salvatierra, meu carinho, admiração e respeito.