Dois cristãos que pregavam na rua em Kathmandu, capital do Nepal, foram presos no dia 20 de janeiro. O jovem nepalês Sajan Shrestha e o americano Daniel (sobrenome não informado) tiveram Bíblia, celular, caixa de som e folhetos confiscados. Além disso, eles foram mantidos em celas separadas e proibidos de se comunicar.
Enquanto evangelizavam, dois homens, um deles se apresentou como presidente da Federação de Onkar (vertente do hinduísmo ligada à meditação), denunciaram os dois cristãos à polícia. Por consequência, Sajan e Daniel foram levados para o interrogatório.
Enquanto estavam detidos, um policial os maltratou e ameaçou registrar o caso como tentativa de conversão religiosa. Mas com o apelo de líderes cristãos, os dois seguidores de Jesus foram soltos após passar seis horas na cadeia e não tiveram registro contra eles. Em sua página no Facebook, Sajan testemunhou a situação e louvou a Deus pela libertação.
O presidente da organização hindu Jagaran Nepal, Ram Krishna Upadhyaya, mostrou-se descontente com a liberação dos cristãos. “Estou surpreso ao ver o comportamento dos defensores da Constituição de nosso país. Em vez de deportar essas pessoas do país em sete dias, por que eles as apoiam? Quem os está pressionando a fazer isso? Não consegui entender.”
Assim como a Índia, o Nepal caminha para o nacionalismo hindu. De acordo com essa ideologia, os verdadeiros nepaleses são hinduístas, e há necessidade de proteger o país da presença de outras religiões, como a cristã. Há políticos radicais que falam em usar violência para acabar com os cristãos e as igrejas nepalesas.