Críticas se intensificam após ausência de Socorro Neri na votação do PL Antifacção

Policial
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Reportagem: Helizardo Guerra 

A ausência da deputada federal acreana Socorro Neri (PP) na votação do texto-base do PL Antifacção, realizada nesta terça-feira (18) na Câmara dos Deputados, tem provocado uma ampla onda de críticas e questionamentos entre eleitores, lideranças políticas e analistas do Acre. Em uma sessão considerada decisiva para o enfrentamento ao crime organizado no país — especialmente em estados como o Acre, onde a presença de facções é crescente —, a falta de posicionamento da parlamentar chamou atenção e gerou forte repercussão negativa.

Enquanto a bancada federal do Acre exibiu uma postura quase unânime de apoio ao projeto, Neri foi a única representante do estado a não registrar voto. O texto, apresentado originalmente pelo governo Lula e revisado em seis versões pelo relator Guilherme Derrite (PP-SP), recebeu 370 votos favoráveis e 110 contrários. Do Acre, sete dos oito deputados votaram “sim”: Antônia Lúcia, Coronel Ulysses, Eduardo Velloso, Meire Serafim, Roberto Duarte, Zé Adriano e Zezinho Barbary.

A ausência de Socorro Neri destoou completamente desse alinhamento e rapidamente se tornou alvo de críticas. Para muitos, deixar de votar em uma pauta de tamanha complexidade e impacto social representa uma falha grave no compromisso assumido com os eleitores acreanos. Diante de um tema que trata do endurecimento de penas, criação de novos crimes e ampliação dos mecanismos de combate às facções — com punições que podem chegar a 40 anos para líderes de organizações criminosas —, críticos apontam que o mínimo esperado era uma posição clara da deputada.

No Acre, onde a crise de segurança pública se agrava e as facções ampliam seu domínio em bairros e municípios, a ausência de Neri foi interpretada como um silêncio injustificável. Eleitores e lideranças locais têm cobrado explicações, lembrando que a parlamentar recebeu votos para representar os interesses da população em momentos justamente como este: quando decisões duras e estratégicas precisam ser tomadas.

Até agora, Socorro Neri não se pronunciou oficialmente sobre o motivo de não ter votado, o que aumenta ainda mais o clima de insatisfação e cobrança. Para analistas, o episódio reforça a necessidade de mais transparência e comprometimento por parte dos representantes eleitos, especialmente em pautas que impactam diretamente a segurança e o futuro dos acreanos.