A declaração feita pelo ex-senador e ex-governador do Acre, Jorge Viana, neste sábado (22), repercutiu de forma amarga entre antigos apoiadores e parte da população acreana. Atual presidente da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil), o petista voltou às redes sociais para comentar a prisão do ex-presidente Jair Bolsonaro — mas o tom adotado surpreendeu e gerou constrangimento até mesmo entre nomes que já caminharam politicamente ao seu lado.
Em sua publicação, Viana afirmou que o episódio lhe remete a um dos momentos mais “tristes” de sua trajetória pública, relembrando quando, segundo ele, Bolsonaro teria feito ameaças durante a campanha de 2018. O ex-senador escreveu:
“Um dia triste na minha vida pública foi quando um forasteiro e hipócrita da política brasileira, acompanhado de dois picaretas locais, disse que iria nos metralhar. Nada como um dia atrás do outro… é a volta do cipó de aroeira no lombo de quem mandou dar. Vingança não, justiça sim. Dias melhores virão… Se Deus quiser!”
A fala, marcada por tom agressivo e pela evidente satisfação com a prisão do ex-presidente, foi interpretada por muitos como expressão de ressentimento pessoal, e não como uma análise ponderada do cenário político. Nas redes sociais, a reação foi imediata: manifestações de repúdio, surpresa e até vergonha passaram a dominar o debate, ampliando o desgaste da imagem de Jorge Viana.
Entre os mais decepcionados, um ex-cabo eleitoral do próprio Viana classificou a postura do político como “vergonhosa” e “carregada de ódio”, lamentando a mudança de comportamento de alguém que, por anos, sustentou um discurso de equilíbrio e conciliação.
A manifestação do ex-senador, que poderia soar como reflexão institucional, acabou revelando um tom amargo e distante do comportamento esperado de uma liderança pública com sua trajetória. Para muitos, o episódio evidencia não apenas um deslize, mas um desgaste ético e político difícil de ignorar.
