Em dezembro de 2022, após as eleições, a Corte era avaliada como “ótima” ou “boa” por 31% da população, a maior taxa desde que o PoderData começou a questionar em junho de 2021. Atualmente, esses percentuais caíram para 14%, os mais baixos desde o início da série histórica. Essas informações são baseadas em uma pesquisa do PoderData realizada de 25 a 27 de maio de 2024.
Por outro lado, a taxa daqueles que consideram o trabalho do Supremo como “ruim” ou “péssimo” aumentou 11 pontos percentuais, de 31% para 42%, em um ano. Isso retoma o nível registrado no final do governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), quando era 40%. Além disso, 33% da população avalia a Corte como “regular” e 11% não souberam responder.
Foto: Reprodução/Poder 360.
A avaliação do STF teve uma melhora de setembro de 2022 a junho de 2023, possivelmente um reflexo da menor influência do ex-presidente Jair Bolsonaro na percepção da população. Bolsonaro tinha uma relação conflituosa com a Corte e sua escalada retórica contribuía para o aumento das taxas de “ruim”/”péssimo” (atingindo o pico em setembro de 2022: 46%). No final das eleições de 2022 e no início do governo Lula, especialmente após os atos extremistas de 8 de janeiro, o discurso de que a Corte teria sido responsável por supostamente “salvar a democracia” parece ter amenizado as críticas.
Agora, sem Bolsonaro e com o apoio de Lula, o STF tem discutido temas sensíveis (aborto, responsabilização de jornais, 8 de janeiro e porte de drogas) e entrado em conflito, inclusive, com o Congresso, que aprovou no Senado uma PEC para reduzir os poderes dos ministros. A sequência de duras decisões monocráticas e o ativismo do STF, conforme indicam os dados acima, não tem agradado os eleitores e a Corte voltou a ser criticada.
O PoderData também questionou os entrevistados sobre como avaliam o trabalho dos congressistas. Os resultados podem ser lidos nesta reportagem.
A pesquisa foi realizada pelo PoderData, empresa do grupo Poder360 Jornalismo, com recursos próprios. Os dados foram coletados de 25 a 27 de maio de 2024, por meio de ligações para celulares e telefones fixos. Foram 2.500 entrevistas em 211 municípios nas 27 unidades da Federação. A margem de erro é de 2 pontos percentuais. O intervalo de confiança é de 95%.
Para chegar a 2.500 entrevistas que preencham proporcionalmente (conforme aparecem na sociedade) os grupos por sexo, idade, renda, escolaridade e localização geográfica, o PoderData faz dezenas de milhares de telefonemas. Muitas vezes, são mais de 100 mil ligações até que sejam encontrados os entrevistados que representem de forma fiel o conjunto da população. Saiba mais sobre a metodologia lendo este texto.
O PoderData cruzou as respostas sobre a avaliação da Corte com a declaração de voto dos eleitores em 2022. Como mostra o infográfico abaixo, a percepção sobre o trabalho dos ministros do STF pouco varia dentre o eleitorado do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o do ex-chefe do Executivo Jair Bolsonaro (PL).
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A pesquisa PoderData foi realizada de 25 a 27 de maio de 2024. Foram entrevistadas 2.500 pessoas com 16 anos de idade ou mais em 211 municípios nas 27 unidades da Federação. Foi aplicada uma ponderação paramétrica para compensar desproporcionalidades nas variáveis de sexo, idade, grau de instrução, região e renda. A margem de erro é de 2 pontos percentuais, para mais ou para menos.
As entrevistas foram realizadas por telefone (para linhas fixas e de celulares), por meio do sistema URA (Unidade de Resposta Audível), em que o entrevistado ouve perguntas gravadas e responde por meio do teclado do aparelho. O intervalo de confiança do estudo é de 95%.
Para facilitar a leitura, os resultados da pesquisa foram arredondados. Por causa desse processo, é possível que o somatório de algum dos resultados seja diferente de 100. Diferenças entre as frequências totais e os percentuais em tabelas de cruzamento de variáveis podem aparecer por conta de ocorrências de não resposta. Este estudo foi realizado com recursos próprios do PoderData, empresa de pesquisas que faz parte do grupo de mídia Poder360 Jornalismo.