colunista: Ivana Cristina
Colaboração: Cleyson Alencar
Ícones de Brasileia e Epitaciolândia
Seu nome era Carmem Amoêdo de Melo e dele, Herculano Gomes de Melo,
conheci-os, quando era criança, minha mãe era comadre e muito amiga da Dona Carmem.
Católicas fervorosas, as duas, ao retornarem da missa na igreja São Sebastião, vinham conversando e rindo pelo caminho. Dona Carmem era uma mulher muito bonita, os filhos e netos herdaram sua beleza! Além de bela, era carismática! Muito dedicada ao lar e à família. Ele era mais retraído, calado, mas um homem bondoso, tinha um inseparável relógio de pulso, meio “cebolão”, nunca o vi sem, gostava de usar “pano passado”, sempre elegante.
Dona Carmem e Seu Herculano foram antigos moradores da Vila Epitácio, na época em que a Avenida Santos Dumont era somente areia. Quando a gente andava, “atolava” os pés na areia fofinha. Havia poucos carros na cidade. Um deles era do Zé Chofer. Eles criaram seus filhos em meio às dificuldades da época. Mas, tinha muito amor envolvido.
Recordo que a pequena Vila Epitácio ficou enlutada quando os moradores receberam a triste notícia do repentino falecimento de Rosalino, vítima de acidente de carro. Rosalino era filho da Dona Carmem e do Seu Herculano. Ele era muito jovem e belo. Minha mãe ficou muito triste com a notícia e junto com umas amigas da igreja foram prestar solidariedade a Dona Carmem e família. Sua breve partida deixou todos os moradores da Vila Epitácio comovidos. Ela era uma mulher de muita fé! E a fé a fortaleceu. Com o passar dos anos, a Vila Epitácio foi progredindo, novos moradores foram surgindo e algumas benfeitorias foram realizadas. A família da Dona Carmem e do Seu Herculano foi crescendo. Seus filhos casaram! Nasceram os netos! E todos receberam uma ótima educação familiar, são pessoas de bem e respeitadas. Dona Carmem e Seu Herculano sentiram novamente a dor da perda! Seu genro, tinha falecido vítima de acidente de carro. Eles precisavam ser fortes, para consolar sua filha e seus netos. Sempre estiveram ao lado deles, para tentar preencher o vazio deixado pelo pai. O amor em meio a dor, os uniu cada vez mais.
Em 1999, Seu Herculano faleceu e Dona Carmem, filhos e netos, tiveram que aprender a caminhar sem ele. Logo ele, um esposo, pai e avô tão forte, tão presente, tinha partido para junto do pai.
Dona Carmem se foi em 2011. Deixando todos tristes com sua partida.
Foram exemplos de amor, união familiar e resiliência.
Caro leitor, esse texto foi escrito também em memória de Raimundo Gomes Amoêdo, o “Vela”, filho da Dona Carmem e do Seu Herculano.