Dona Helena e Seu Abraão

ICONES DE BRASILÉIA E EPITACIOLANDIA POR IVANA CRISTINA
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colunista: Ivana Cristina
Ícones de Brasileia e Epitaciolandia

Maria Helena Pereira de Azevedo nasceu em 29 de maio de 1955, na cidade de Mantena, Minas Gerais. Filha de João Pereira Diniz e Hilda Miranda Pereira. A família era grande e para o sustento de todos, tinha muito trabalho envolvido e foi à procura de melhores condições de vida, que migraram para o Estado do Mato Grosso. Lá a vida não foi diferente, muito trabalho, mas as condições eram melhores. Helena e seus irmãos frequentavam a escola. E foi na escola que conheceu Abraão Paiva de Azevedo. Logo se tornaram amigos. Daquela amizade surgiu o amor. Helena e Abraão se casaram em 1974, continuaram morando no Mato Grosso. Mas, a vida era difícil para esse jovem casal e em 1978, resolveram vir para o Acre. Um lugar distante, mas com novas oportunidades.
O início não foi fácil, encontraram inúmeras dificuldades, mas, a vontade de vencer e ter um lugar para chamar de seu era maior. E na labuta diária que eles prosperaram. Em 1981, compraram um lugar, no ramal do Km 14, em Vila Epitácio. Construíram, plantaram, colheram, mas, com o ramal quase intrafegável, ficou difícil escoar a produção. Apesar das dificuldades, nunca perderam a fé, tinham uma linda filha para criar e educar, Maria Hilda, a “Baby”, almejavam dias melhores.
Em setembro de 1982, Dona Helena tornou-se evangélica, passando a Congregar na Igreja Assembleia de Deus. Até hoje, continua com fé, servindo a Deus.
O tempo passou! Vila Epitácio tornou-se município e o ramal do Km 14, finalmente teve melhorias.
Mas, Helena ainda dependia de outras pessoas para se deslocar a cidade. E aos 59 anos de idade, tirou sua habilitação. Teve medo, mas foi com medo mesmo. Hoje, aos 69 anos de idade, dirige para todo lugar. Vai para a igreja no Km 15, vai para a cidade… Dona Helena nos ensina que nunca é tarde para aprender, principalmente para dirigir.
Dona Helena e Seu Abraão são dessas pessoas raras de se ver. Sempre com um sorriso no rosto, um abraço acolhedor, principalmente quando recebem em sua casa.
Quem conhece esse ilustre casal, sabe exatamente do que eu estou falando.
Um casal que trabalha de “sol a sol” como dizem os mais antigos.
Seu Abraão faz um café como ninguém. Um cheiro convidativo, que aguça o olfato, depois o paladar.
Dona Helena faz as melhores pamonhas que eu já comi na vida! Luiza Amaral e minha irmã Regina, são testemunhas de que as pamonhas feitas por Dona Helena, são super deliciosas, uma “explosão de sabor”.
Helena e Abraão continuam morando no mesmo local, plantando, colhendo, criando animais e tendo uma “boa prosa”, pois estão sempre informados das notícias do Brasil e do mundo.
Avós de Gabriela e Victor, procuram acompanhar a rotina dos amados netos, apesar da distância.
Helena e Abraão, são exemplos de persistência, da lida diária com a terra, de trabalho, coragem, força, fé e esperança. “É o homem preso à terra”, como diz Graciliano Ramos.
Terra que escolheram para amar e viver!