O presidente Luiz Inácio Lula da Silva esteve em São Bernardo do Campo (SP) na sexta-feira 2. Na cidade do ABC Paulista que é o seu berço político, o petista participou da inauguração de uma fábrica da Eletra, empresa voltada à produção de ônibus elétricos.
O evento, no entanto, resgatou na imprensa a história envolvendo outro membro do PT: Celso Daniel (1951 — 2002). Isso porque a Eletra tem como sócio João Antônio Setti Braga. Em julho de 2002, o empresário admitiu que pagou propina à gestão de Daniel, que foi prefeito de Santo André (SP), de 1997 a janeiro de 2002.
Em depoimento à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) criada na Câmara Municipal de Santo André para investigar a morte de Celso Daniel, que foi assassinado em janeiro de 2002, Setti Braga afirmou que pagou R$ 2,5 milhões em propinas para secretários do então prefeito petista. Conforme lembra a Agência Estado, o dono da Eletra chegou a sugerir na CPI que o político poderia ter sido assassinado como “queima de arquivo”.
A morte de Celso Daniel
Celso Daniel | Foto: Wikimedia
Prefeito de Santo André e até então escalado para ser o coordenador da campanha presidencial de Lula em 2002, Celso Daniel foi sequestrado na noite de 18 de janeiro daquele ano, quando voltava de um jantar na companhia do empresário Sérgio Gomes da Silva, o Sombra. O corpo dele foi encontrado dois dias depois, em uma estrada de terra no município de Juquitiba (SP).
Inquérito da Polícia Civil de São Paulo concluiu que o prefeito petista foi vítima de grupo criminoso que agia na zona sul da capital paulista.