Reportagem: Helizardo Guerra
Após ser vítima de um grave atropelamento, o vereador Almir Andrade encontrou uma nova missão em sua trajetória pública: ajudar pessoas com deficiência e mobilidade reduzida. Desde então, tem sido procurado por diversas famílias em situação de vulnerabilidade e, com empatia e compromisso, passou a realizar a doação de cadeiras de banho e oferecer apoio a cadeirantes. Nesta entrevista exclusiva, Almir fala sobre sua motivação, os desafios enfrentados e a importância de políticas públicas voltadas para a inclusão.
Repórter: Vereador, como surgiu a ideia de iniciar esse trabalho de doações de cadeiras de banho?
Almir Andrade: Após o acidente que sofri, vivenciei na pele as dificuldades de quem precisa de cuidados especiais. Ficar temporariamente dependente me fez refletir sobre as inúmeras pessoas que enfrentam essa realidade diariamente e de forma permanente — muitas delas sem os recursos mínimos. Comecei a receber pedidos de ajuda e percebi que era possível fazer mais. Foi aí que decidi usar meu mandato para apoiar essas pessoas, com doações de cadeiras de banho e outros equipamentos.
Repórter: O senhor tem sido muito procurado por pessoas com deficiência ou familiares. Como tem funcionado esse atendimento?
Almir Andrade: Sim, a demanda tem sido grande. As pessoas entram em contato pelas redes sociais, pelo WhatsApp ou até mesmo por indicação de outras famílias que já receberam ajuda. Nós fazemos uma triagem para identificar os casos mais urgentes e, com apoio de parceiros e recursos do próprio mandato, conseguimos atender boa parte das solicitações. É um trabalho que exige sensibilidade e compromisso.
Repórter: Além das doações, há algum projeto de longo prazo em andamento?
Almir Andrade: Com certeza, Guerra. Nosso objetivo é transformar essas ações pontuais em uma política pública permanente, enquanto estivermos no mandato. Já estamos elaborando um projeto de lei que garanta a distribuição gratuita de cadeiras de banho e outros equipamentos de acessibilidade para pessoas com deficiência em situação de vulnerabilidade. A inclusão precisa ser garantida pelo poder público, e queremos deixar esse legado, sem pensar em reeleição.
Repórter: Qual tem sido o impacto desse trabalho na vida das pessoas atendidas?
Almir Andrade: É emocionante ver o quanto uma cadeira de banho pode transformar a vida de alguém. Para muitos, é uma questão de dignidade. Já vi mães chorarem de alívio por não precisarem mais carregar seus filhos nos braços. São momentos que marcam e mostram que estamos no caminho certo. O retorno das famílias é o que nos motiva a continuar.
Repórter: O que o senhor diria para quem quer ajudar, mas não sabe por onde começar?
Almir Andrade: Toda ajuda é bem-vinda. Seja divulgando o trabalho, doando uma cadeira que não usa mais ou se oferecendo como voluntário. O mais importante é entender que a solidariedade começa com empatia. Quando olhamos para o outro com respeito e amor, conseguimos fazer a diferença.
Repórter: Para encerrar, qual é a mensagem que o senhor deixa para a população?
Almir Andrade: Quero dizer que ninguém está sozinho. Quem enfrenta dificuldades pode e deve procurar apoio. E para aqueles que têm condições de ajudar, que não deixem de estender a mão. A vida é mais leve quando a gente caminha junto. Que a dor que enfrentei se transforme em esperança para muitos outros.