O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse acreditar que o jornalista Paulo Figueiredo e o deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) têm atrapalhado e impedido as negociações com os Estados Unidos em torno do tarifaço anunciado a produtos brasileiros.
– O presidente Lula é um craque em negociação – elogiou o ministro em entrevista à rádio Itatiaia nesta qunita-feira (24).
E completou.
– Agora precisa desobstruir esse canal [de negociação com os EUA]. Quem está obstruindo esse canal é a família Bolsonaro e os seus apoiadores – acusou.
Ele defendeu que quem perdeu a eleição deve “sair do caminho” e “deixar o governo negociar” com os EUA.
Haddad ainda disse ser necessário “administrar interesses de extremistas”, para não afastar dois países que têm relação histórica.
O titular da Fazenda defendeu o atual momento da economia brasileira, classificado por ele como “o melhor em anos”, com a menor taxa de desemprego da série histórica e a inflação caindo
– Quem está assando a batata quente dos empregos e das empresas que vão ser prejudicadas é uma força política nacional, que neste momento está instalada em Washington contra as negociações – continuou ele.
Haddad também chamou a ação desses brasileiros de “traição contra o país” e disse ser uma “ilusão” imaginar que a população não vai assimilar o que está acontecendo.
– Temos no Brasil uma força hoje contra os interesses nacionais buscando bônus políticos”, acusou, pedindo “calma e serenidade – apontou.
Na mesma entrevista, Haddad disse que a direção do governo Lula é “aliviar o bolso do povo que trabalha duro” e que precisam do Estado para ter “um pouco mais de bem-estar”.
‘Peço que parem de fazer luta contra o país’
O ministro disse que as lideranças políticas da direita precisam desobstruir o caminho para o início das negociações com o governo dos Estados Unidos.
– Peço que parem de fazer luta contra o País. Não é contra o Lula. Não é nada patriótico – afirmou em entrevista à Rádio Itatiaia.
Haddad comentou sobre a mudança de postura de governadores diante da crise comercial. Disse considerar positivo o interesse pela proteção à economia brasileira, mas lembrou que, até pouco tempo atrás, muitos faziam “coro a Donald Trump”.
– É bom quando um governador manifesta interesse – afimrou.
O ministro afirmou que não há espaço para disputas ideológicas na relação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva com os governadores.
– Lula não faz disputa ideológica com governador eleito. Ele é respeitado como todos – disse, referindo-se a críticas que envolvem governadores como o de Minas Gerais, Romeu Zema.
O ministro comentou os benefícios concedidos recentemente ao Estado mineiro, lembrando que Zema foi contemplado com medidas importantes.
– Zema ganhou o segundo maior presente. O primeiro foi a liminar para não pagar a dívida de Minas Gerais – ressaltou.
Segundo Haddad, o Programa de Pleno Pagamento de Dívidas dos Estados (Propag) foi uma conquista articulada no Congresso.
– O Propag é uma bênção para Minas Gerais. Foi uma conquista do senador Rodrigo Pacheco, não do governador Zema – afirmou.
Ainda sobre críticas feitas por opositores, Haddad afirmou que a diferença de projetos de governo está evidente.
– Especialista em lascar o povo é o Bolsonaro, especialista em ajudar o povo é o Lula – garantiu.
O ministro disse que sua principal preocupação neste momento é reabrir a mesa de negociação com os Estados Unidos.