A China está na 16ª posição na Lista Mundial da Perseguição 2023, o ranking anual dos países onde há perseguição aos cristãos. A igreja no país é cada vez mais afetada pela abordagem do Estado de interferir ativamente e controlar as igrejas, independentemente de serem registradas ou não.
Desde que Xi Jinping assumiu a posição de secretário-geral do Partido Comunista Chinês, em novembro de 2012, e de presidente, em março de 2013, uma forte redução da liberdade é vista em todos os setores da sociedade, inclusive na religião. O objetivo declarado do governo é manter a estabilidade do país, que é rotulada como forma de manter uma “sociedade harmoniosa e pacífica”.
Para consolidar seu poder, o presidente promove a sinização, que é a pressão aplicada por autoridades chinesas a todas as etnias no país a fim de adotarem cultura, pensamento político, língua e identidade cultural da etnia majoritária han. Uma campanha de sinização da religião é implementada por todo o país como uma tentativa de tornar a religião mais “chinesa” e remover os elementos “estrangeiros”.
Proibição de conteúdo online
Nos últimos anos, diversas leis e regulamentos foram aplicados na China, alguns limitando diretamente a liberdade dos cristãos em praticar a fé. Esses regulamentos colocam cristãos e igrejas em uma situação muito difícil. Um deles – implementado em março de 2022 – é chamado de Medidas para a Administração dos Serviços de Informações Religiosas na Internet. Essa lei exige que grupos cristãos solicitem uma licença para hospedar conteúdos na internet.
A internet é uma área em que o governo chinês impõe controles rígidos de segurança, por meio de censura, bloqueio e remoção de conteúdo indesejado que pode influenciar opiniões sociais. Alguns sites cristãos e contas de mídias sociais com alto tráfico na web foram rotulados como “conteúdo indesejável” e bloqueados ou fechados.
Usuários da internet chineses são, de longe, o maior grupo de internautas (cerca de um bilhão) em todo o mundo e regularmente trocam informação por meio da internet e mídias sociais. Além disso, a maioria das transações comerciais na China ocorrem de forma digital, mesmo nas áreas rurais.
Em um relatório recente da organização Freedom House sobre liberdade da internet em 2022, a China está categorizada como “não livre” e é listada como “o pior abusador da liberdade da internet no mundo” há oito anos consecutivos. O relatório afirma: “Usuários convencionais enfrentam severas repercussões legais e extrajudiciais para atividades como compartilhar novos stories, falar sobre crenças religiosas ou se comunicar com membros da família ou outros no exterior”.
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