Vídeos gravados durante a infância da jovem Bruna Amaro Dutra, de 21 anos, mostram ela deslumbrada dentro de uma aeronave ao lado do pai, Renato Rabay Dutra, paulistano e piloto profissional de avião desde 2002.
E o que poderia ser apenas uma empolgação de criança, virou inspiração e realidade. A jovem decidiu que seguiria os passos do pai e se tornaria pilota. Então, fez curso de aviação em Florianópolis, Santa Catarina, e este ano passou em um processo seletivo para trabalhar na Latam, mesma companhia área que o pai trabalha há 18 anos, em São Paulo.
Na última sexta-feira (11) ela fez o último voo como copilota “em instrução” e o primeiro voo como profissional habilitada pela Latam foi no sábado (12), ao lado do pai e às vésperas do Dia dos Pais. A viagem foi de São Paulo para Confins (MG).
“É incrível poder ter essa experiência. Foi tão especial e ficará marcado para o resto da vida. A aviação nos uniu ainda mais”, ressaltou Bruna.
“Eu sempre o acompanhava e sempre gostei muito do universo da aviação. Tanto a operação do avião quanto estar com lugares diferentes, pessoas diferentes. Sempre achei que ia ser difícil e inalcançável. Pensei em ser comissária, quando tinha 6 anos, porque queria estar de qualquer jeito lá. Com 12 anos eu pensei de novo e disse: ‘consigo pilotar um avião’. E aí fui com tudo”, afirmou a jovem.
Ao g1, Renato disse que foi emocionante quando viu que a filha seguiria seus passos e que seu amor pela profissão pudesse servir de inspiração.
“É uma emoção indescritível. É muito legal isso, porque ela tem esse perfil mesmo de ser pilota. Na realidade, eu nunca imaginava. Mas eu achei um máximo e adorei”, disse o pai.
Amor de pai para filho
Renato contou que foi aos 16 anos que ele decidiu que queria ser piloto. O amor pela aviação veio do pai dele, que era um apaixonado por aviões.
“Comecei os cursos com 16 anos, bem novo. Fui muito incentivado pelo meu pai, que sempre foi entusiasta da aviação. Quando tive meu primeiro voo, nossa…foi amor à primeira vista. É incrível. Desde o dia que fiz o primeiro voo foi instantânea a certeza de que ia voar para sempre. Hoje, aos 46 anos, tenho a mesma sensação”, relata.
E a mesma paixão aconteceu com Bruna, que passou a ser curiosa sobre avião desde os 2 anos, relata o pai.
“No começo eu achava que era aquela empolgação de criança. Depois que era empolgação de adolescente, porque continuava o entusiasmo mesmo ela crescendo. Sempre achei o máximo. Até que conversamos e ela falou: eu realmente quero ser pilota”.
“Aí falei: olha, se você realmente quer pode contar comigo que eu vou te auxiliar. E aí começamos a tratar de forma mais séria, expliquei para ela as dores e os amores da profissão. Ela assimilou tudo e vi que ela tinha decidido que ela queria para ela”.
Aprendizado
Bruna diz que quando contou para o pai e a mãe que realmente faria o curso de aviação, todos se emocionaram.
“Minha mãe disse até que já sabia, porque sempre fui muito envolvida. Todo mundo adora e sempre tive muito apoio, muito suporte mesmo. E meu pai é meu suporte em tudo”, afirmou.
Renato passou a dar dicas para a filha enquanto fazia as horas de voo e sempre deixou claro sobre os desafios da profissão.
“Costumo falar que um dos principais desafios é sempre manter o foco por serem situações adversas que um piloto enfrenta. E também que é preciso manter o emocional e atuar da melhor forma com a situação quando necessária. Eu vejo isso como se conhecer”.
“Um conselho que dou para ela sempre é continuar com a vontade e alegria de voar porque acaba ficando algo corriqueiro. Mas quando você olha de verdade pela janela tem cada imagem, imagem para contemplar. Esses dias mesmo eu contemplei o Rio de Janeiro, a Serra Catarinense com a Serra Gaúcha. São imagens fantásticas”, ressaltou o piloto.
Agora, a jovem diz que o próximo passo é fazer viagens internacionais. “O meu maior sonho era entrar na aviação profissional. Como foi realizado, o próximo passo é fazer viagens longas, entrar em avião internacional e viajar o mundo todo”.