O general Hamilton Mourão, atual vice-presidente da República e senador eleito pelo Rio Grande do Sul, explicou como pretende lidar com o ambiente no senado a partir do próximo ano. Em entrevista a Paulo Albuquerque e Murilo de Aragão, ele declarou:
“Existe um ditado no Exército que diz o seguinte: ‘pato novo não dá mergulho fundo’. Eu sou pato novo lá dentro do Senado. Eu tenho que passar uns dois anos entendendo como funciona. Está cheio de cobra lá dentro. Vou ter que andar com uma bota até aqui. Prefiro que alguém do nosso time seja eleito agora presidente do Senado. A Tereza Cristina é uma candidata muito boa. A Tereza seria a primeira mulher presidente do Senado no Brasil. Ela tem duas características de liderança que considero importantes no momento, em liderança: ela é agregadora e facilitadora. Para esse momento, seria bom uma pessoa que baixasse tensões (…). O país está rachado, está dividido entre dois grupos. Ela seria a candidata. Óbvio que o Pacheco vai querer entrar, também o Renan Filho, se apresentando como algo mais moderno”, disse o militar.
Ademais, na oportunidade, o militar ainda comentou acerca da ineficiências na gestão dos recursos públicos e o travamento de verbas:
“Tivemos ideias desde o começo do governo, sendo o Guedes o maior defensor. Os três ‘D’s. Desvincular, desindexar, desobrigar. Temos um orçamento que é totalmente engessado. Verbas carimbadas de educação e saúde. Os próprios estados e municípios reclamam muito disso. Estamos vivendo um momento de inversão da curva demográfica. Temos menos jovens ingressando na escola pública. No ano de 2005, foram 30 milhões de crianças e adolescentes ingressando na escola pública no Brasil. Em 2022, 22 milhões. Vamos precisar de menos recursos para a educação e mais para a saúde. Temos que colocar essa discussão na mesa. Hoje, está totalmente engessado”.