colunista: Ivana Cristina Colaboração: Agleine Rocha Ícones de Brasileia e Epitaciolândia
Quem os conheceu, jamais irá esquecê-los. Ambos moradores da antiga Vila Epitácio(Epitaciolandia), moravam perto da Escola Brasil Bolívia. Graças Rocha era uma mulher aparentemente frágil, mas, ao contrário do que aparentava, era determinada, positiva, de bem com a vida(não tinha tempo ruim para ela, como dizem por aí),dinâmica, excelente profissional, de riso solto, leve! Quando entrava em um debate sobre educação, dificilmente saía perdendo. Tinha conhecimento amplo sobre o assunto. Aliás, o Magistério sempre foi sua paixão. Mas, como ninguém é de ferro, ela amava viajar. Na última conversa que tivemos, relatou que faltavam apenas dois estados do Brasil, para conhecer. Graças organizava a própria excursão. Reunia umas “pessoas” de coragem e percorria esse “chão do Brasil”, dentro de um ônibus. E tem maneira melhor de conhecer um lugar, se não viajar de ônibus, dizia ela. E lá ia a Graças Rocha e seus amigos para mais uma viagem, que ela organizava anualmente. Graças Rocha, além de Professora, foi a única mulher a ser Presidente do Sindicato dos Professores de dois municípios: Brasileia e depois de Epitaciolandia, formada em Letras pela UFAC, mãe e esposa do Professor Alcides Rodrigues! Além de Professor, ele foi Vereador de Brasileia! Mas, o sonho de Alcides Rodrigues foi pelas melhorias da antiga Vila Progresso, hoje, NARI. Alcides foi Diretor da Escola no Nari. Uma escola pequena, sem estrutura adequada… Quantas vezes ele viu os alunos estudando debaixo de uma árvore, sem merenda, esquecidos do Poder Público! Alcides Rodrigues era determinado e sonhador. Reivindicou para que os filhos dos agricultores residentes no Nari tivessem uma educação de qualidade, uma escola estruturada, para que os mesmos não tivessem que se deslocar para a cidade, evitando assim o êxodo rural. Lutou para que houvesse um ramal trafegável e os agricultores pudessem escoar sua produção até a cidade. Lutou pelo progresso do Nari, sem destruir a natureza! Sonhava com a criação de um polo de ecoturismo naquela região! Procurou “melhorias” em um tempo em que a BR 317 não era asfaltada, “só chão de barro”, no inverno, lama, no verão, poeira. Alcides era um homem muito intelectual, entendia de tudo, debatia sobre política, história, geografia, assuntos atuais… Organizava reuniões com os moradores e autoridades, alertando para a preservação da floresta e a utilização do manejo florestal sustentável. Alcides foi um herói “esquecido”, jamais foi reconhecido em sua própria terra. Hoje, quando vejo as ruínas da antiga escola, no Nari, lembro da sua luta! E ficou entristecida em saber que o Alcides Rodrigues daqui uns anos, não será mais lembrado, pelas futuras gerações. E os próximos moradores da antiga Vila Progresso, jamais saberão quem foi ele e sua contribuição para o desenvolvimento daquela localidade. Graças Rocha foi homenageada com o nome de uma Escola de Ensino Médio em Brasileia. E o Alcides Rodrigues? Graças Rocha e Alcides formavam uma dupla “e tanto”! Descansem em paz! Saudades de seus amigos e familiares.
