Uma disputa religiosa nas proximidades do Terminal de Integração do Centro (Ticen), no Centro de Florianópolis, resultou em um episódio envolvendo o uso de spray de pimenta e a apreensão de um celular por parte da polícia na manhã desta terça-feira (6). Os protagonistas foram uma mulher de 41 anos e um homem de 31, identificado como Ederson.
Conforme o relato da mulher, que estava vestida com trajes candomblecistas em observância a preceitos religiosos, ela foi abordada de forma impositiva e intimidadora por Ederson. Segundo ela, o homem lhe entregou um panfleto instando-a a se arrepender e se render a Cristo.
A situação se deteriorou quando o homem passou a proferir ofensas direcionadas à religião da mulher, acusando-a de cultuar o diabo e manifestando-se de maneira exaltada e ameaçadora. A vítima buscou apoio próximo a comerciantes e acionou a polícia enquanto gravava a interação, alegando ser vítima de intolerância religiosa.
Em um vídeo que circula nas redes sociais, Ederson aparece sendo abordado por policiais enquanto relata o ocorrido e, em determinado momento, recebe um jato de spray de pimenta no rosto e tem seu celular apreendido. Segundo o boletim de ocorrência, além do spray de pimenta, houve um uso físico para apreender o celular do homem.
De acordo com a Polícia Militar, Ederson já possui registros anteriores por agressão e intolerância religiosa. A instituição relatou que a situação desta terça-feira foi desencadeada por um atrito verbal entre o homem, que realizava pregação religiosa no local, e a mulher, que passava por lá.
Em resposta às alegações, a equipe jurídica de Ederson afirmou que ele foi injustamente acusado e submetido a uma abordagem policial desproporcional, culminando no uso de spray de pimenta e na destruição de seu celular. A defesa enfatizou a importância do respeito à liberdade religiosa e à dignidade humana.