Na última quinta-feira (17), Kamala Harris, candidata democrata à presidência dos Estados Unidos, esteve em destaque devido a um incidente ocorrido durante um comício no estado de Wisconsin. Enquanto discursava para os presentes, Harris foi interrompida por gritos de “Jesus é o Senhor”, o que levou a vice-presidente a responder de forma considerada sarcástica, sugerindo que os manifestantes estavam no evento errado.
O episódio aconteceu na última semana e foi amplamente debatido, sobretudo depois que Harris havia recusado um convite para um jantar de caridade organizado pela comunidade católica. Durante seu discurso, a candidata falava sobre expandir o acesso ao aborto nos EUA, enfatizando a importância da liberdade de escolha das mulheres.
Quando os manifestantes interromperam seu discurso, Harris respondeu ironizando a situação. Ela mencionou que os gritos talvez fossem destinados a um “comício menor” na vizinhança, alusão a um evento do republicano Donald Trump. Essa resposta de Harris, embora ovacionada por seus apoiadores, gerou reações mistas e intensificou a resistência enfrentada por ela entre o eleitorado cristão.
A interação foi vista por muitos como um reflexo das tensões sociais e políticas vigentes nos EUA, especialmente em questões relacionadas à religião e direitos reprodutivos.
Quem eram os manifestantes e qual foi sua motivação?
Os responsáveis pelos gritos foram identificados como Grant Beth e Luke Polaske, estudantes da Universidade de Wisconsin-La Crosse. Ambos se descreveram como pró-vida e afirmaram que sua intenção era “fazer a obra de Deus” em um espaço onde suas opiniões eram minoritárias. Beth relatou ter sido ridicularizado e empurrado durante o evento, e considerou a experiência uma reflexão do que, segundo ele, Jesus e seus discípulos enfrentaram.
Os estudantes veem suas ações como uma forma de testemunho, utilizando o comício como uma plataforma para expressão de suas convicções pessoais.
Como isso pode influenciar a campanha de Kamala Harris?
Os incidentes durante o comício em Wisconsin destacam os desafios que Kamala Harris enfrenta para conquistar o eleitorado cristão. Grant Beth, um dos estudantes, enfatizou que o ocorrido serve como um alerta para os eleitores, apontando que atitudes como a de Harris poderiam alienar uma parte significativa dos eleitores, que se identifica como cristã.
A rejeição ao tradicional Al Smith Memorial Dinner, unido ao episódio do comício, é vista por alguns analistas políticos como indicative do potencial impacto das decisões da vice-presidente em relação à sua imagem pública e capacidade de unificar diferentes grupos dentro dos EUA.
Este incidente reflete o intenso clima político e cultural que permeia os Estados Unidos, onde questões de direitos reprodutivos e liberdade religiosa frequentemente geram debates acalorados. A resposta irônica de Harris evidencia a divisão presente no discurso público, influenciada por diferentes visões sobre a relação entre religião e política.