O pastor e cantor gospel Kleber Lucas comparou a Igreja Assembleia de Deus a religiões de matriz africana. A declaração ocorreu durante sua participação no Mídia Ninja, onde foi entrevistado pelo cantor Caetano Veloso. Foi a mesma entrevista em que ele criticou o hino “Alvo Mais Que a Neve”.
Para Kleber Lucas, pastor da Batista Soul, a Assembleia de Deus tem muito em comum com as religiões afro-brasileiras, pois tem em sua grande maioria negros e manifestações análogas às experiências dos terreiros de Candomblé.
“Então a Assembleia de Deus do Brasil é um movimento de resistência dentro dos cristianismos, porque é uma igreja que tem em sua maioria pretos, que tem o Espírito Santo, que tem a glossolalia, que tem a dança, que tem uma coisa… Se você tem aquilo que o Brown vai falar sobre, o cristianismo como a religião da mente, a Assembleia de Deus vai mostrar uma outra coisa, que é uma coisa… Dessa coisa corpórea.”, disse Kleber Lucas. “Eu gosto dessa do Muniz Sodré quando ele fala sobre a espiritualidade negra. É uma espiritualidade afrodiaspórica, ela é do corpo, ela é um corpo que se movimenta, um corpo que fica suado, que canta, que cai no chão. São manifestações análogas até mesmo às experiências religiosas de matriz africana, afrodiaspóricas. Isso é lindo.”, continuou.
Por conta de suas declarações, o cantor vem sofrendo duras críticas do movimento evangélico e de muitos pastores e famosos do segmento.
Antes da polêmica sobre o hino “Alvo Mais Que a Neve”, Kleber Lucas foi criticado por dizer, durante entrevista no programa da Rede Globo, “Conversa com Bial”, que o o Brasil não é do Senhor Jesus.
Por causa de suas declarações polêmicas e, principalmente, por suas críticas aos líderes evangélicos e ao atual chefe do executivo federal, Jair Bolsonaro, alguns pastores decidiram proibir suas músicas dentro das igrejas.