A generosidade é um princípio da vida cristã, refletindo o amor ao próximo e o compromisso com os ensinamentos de Jesus. Mas até que ponto o engajamento com as Escrituras pode influenciar a prática da doação? Um estudo recente da American Bible Society (Sociedade Bíblica Americana) revela uma conexão clara entre a frequência com que os americanos leem a Bíblia e a disposição de contribuir para causas caritativas.
Os dados mostram que os cristãos mais engajados com a Palavra são também os mais propensos a fazer doações significativas, não apenas para suas igrejas, mas também para organizações beneficentes, sejam elas religiosas ou seculares.
De acordo com os dados, os indivíduos mais engajados nas Escrituras doam consideravelmente mais que os que não têm o mesmo nível de envolvimento com a Palavra, refletindo não apenas um comportamento altruísta, mas também a forma como a fé pode moldar práticas sociais de solidariedade.
A pesquisa, realizada com 2.506 adultos americanos, dividiu os participantes em três grupos com base no nível de engajamento com as Escrituras. O estudo revelou que 94% dos cristãos mais engajados com as Escrituras, definidos como aqueles que pontuaram acima de 100 na Escala de Engajamento com as Escrituras, doaram para caridade em 2023.
Em contrapartida, apenas 43% dos “desengajados com a Bíblia” realizaram doações, sendo que a quantia média de doações entre este grupo foi substancialmente mais baixa. Esses dados revelam a força da fé como motor de ações concretas, como a generosidade financeira, que transcendem os muros das igrejas e atingem uma variedade de causas beneficentes.
O diretor de inovação da Sociedade Bíblica Americana e editor-chefe do relatório, John Farquhar Plake, destacou a relevância desses números, afirmando que “pessoas que leem a Bíblia consistentemente e vivem de acordo com seus ensinamentos são mais propensas a doar para caridade”. Segundo Plake, essas pessoas não apenas contribuem com suas igrejas, mas também com organizações religiosas e não religiosas, o que demonstra o poder da Palavra em gerar um impacto social significativo.
Entre os grupos denominacionais, os evangélicos se destacaram como os mais generosos, com 80% dos entrevistados afirmando que realizaram doações. A média de doação nesse grupo foi de US$ 4.590, significativamente maior que as doações feitas por católicos, protestantes tradicionais e protestantes historicamente negros, cujos valores médios ficaram em US$ 1.320, US$ 4.066 e US$ 1.726, respectivamente. O estudo também apontou que, dentro da comunidade cristã, a frequência no culto e o quanto a fé é considerada importante na vida diária são fatores que influenciam diretamente o ato de doar.
Entre os “cristãos praticantes”, aqueles que frequentam a igreja mensalmente e consideram sua fé central em suas vidas, 93% realizaram doações, com uma média de US$ 5.885. Este grupo é considerado o mais generoso em relação aos outros, com um impacto claro da vivência diária da fé. Já os “cristãos casuais”, que vão à igreja regularmente, mas não têm uma conexão forte com a fé, também demonstraram uma taxa de doação alta, com 88% fazendo contribuições.
Por outro lado, os que não se identificam como cristãos mostraram-se menos inclinados a realizar doações, com apenas 37% doando para caridade. O estudo notou que a quantia média de doações entre os não cristãos foi de US$ 1.466, mas mais da metade deles não fez qualquer contribuição. Isso revela como a prática religiosa tem uma correlação direta com a generosidade, especialmente no contexto da fé cristã.