O atual ministro da Justiça, Flávio Dino, e o futuro chefe da pasta Ricardo Lewandowski se reuniram nesta terça-feira, 23, para a primeira reunião da transição das duas gestões. Após o encontro, Dino afirmou que o acordo é para que o trabalho seja de continuidade e de estabilidade.
“O fundamental foi feito, houve apresentação panorâmica, sumária. A palavra fundamental é essa de estabilidade, segurança. Continuo à disposição ele para passar informações sobre casos sensíveis e razões pelas quais essa etapa ao mesmo tempo que está iniciada está encerrada. O ministro está formando sua equipe”, disse Dino.
A posse de Lewandowski está marcada para o dia 1º de fevereiro.
Mais cedo, o futuro ministro também frisou que o processo será uma “continuidade”, pois ele possui afinidades com o projeto iniciado por Dino no Ministério da Justiça. Segundo Lewandowski, um de seus principais desafios à frente da pasta será a segurança pública, como antecipamos na Crusoé.
“Nós temos o desafio com a segurança, que não afeta apenas as classes mais abastadas, mas o cidadão simples, o trabalhador. Ministro Flávio Dino, empregamos muito nos últimos dias a palavra transição, mas acredito que a palavra seja continuidade. Continua sendo o mesmo governo”, afirmou.
E o futuro de Cappelli?
Questionado sobre o futuro do atual secretário-executivo da pasta, Ricardo Cappelli, Flávio Dino negou que tenha tratado sobre o tema com Lewandowski. Homem de confiança de Dino, Cappelli acabou ficando de fora da equipe que está sendo montada pelo futuro ministro. O posto de secretário-executivo do ministério será ocupado pelo advogado Manoel Carlos.
“Ele [Lewandowski] tem total autonomia dada pelo Presidente da República de compor a sua equipe. Eu tenho certeza que o secretário Capelli em breve estará trabalhando em outro lugar. Certamente creio que a presença dele aqui no Ministério da Justiça está concluída e eu quero de público registrar o quão importante ele foi um secretário executivo de altíssima eficiência”, completou Dino.
Como noticiamos, Cappelli saiu de férias e ainda não definiu seu futuro político no governo Lula. Pela redes sociais, o atual secretário-executivo sinalizou que estuda a possibilidade de escrever um livro sobre os ataques terroristas do 8 de janeiro.
Cappelli foi o responsável pela intervenção na segurança pública no Distrito Federal, decretada pelo presidente Lula (PT) após o vandalismo na praça dos Três Poderes.
“Revendo o documentário da Julia Dualibi e Rafael Norton sobre o dia 8/01 de 2023, senti a necessidade de contar em detalhes o que ocorreu naquela noite/madrugada e na dramática primeira semana da intervenção federal. Pensando num livro. Registrar uma gestão de crise histórica”, escreveu Cappelli.