colunista: Ivana Cristina Colaboração: Pedro do Liberato Icones de Brasileia e Epitaciolandia
Liberato era vizinho da minha mãe! Conhecido por todos na pequena Vila Epitácio. Morava na Avenida Santos Dumont, próximo ao Banco do Brasil. Liberato nasceu em 15 de junho de 1933, era um homem simples, magro, moreno, usava bigode, passos largos, andava sempre segurando uma pasta, com um cigarro na boca(ora aceso, ora apagado), costumava vestir-se com elegância, de preferência, roupas brancas. Casado com Eulina Pereira da Silva, mas a conheciam por Dona Mãezinha. Juntos tiveram 09 filhos, mas ele já era pai de duas meninas, de um casamento anterior. Liberato era funcionário da Prefeitura e amigo pessoal do então Prefeito Elson Dias Dantas, o ano era 1971. Aliás, ele sempre foi muito envolvido com política, fazendo campanha em todas as eleições, para os candidatos da Arena, depois para o PDS. Era um homem muito popular, trabalhador, mas não se preocupava em acumular bens materiais. Se estivesse envolvido com política, já era de “bom tamanho”, principalmente se fosse para o Deputado Manoel Machado! Liberato tinha uma verdadeira admiração pelo candidato. Em todas as eleições, fazia campanha para o mesmo. Foi suplente na Câmara Municipal de Brasileia. Liberato tinha o dom da oratória! Fazia grandes discursos na época de Campanha política. Quando começava a discursar, o povo dizia: “Muito bem, Seu Liberato”! Até hoje, antigos moradores de Epitaciolandia usam essa expressão, principalmente se o discurso for longo. Era genro da Maria Braba, uma velha senhora, franzina, de olhar “gateado”(como diz, a letra da música de Alceu Valença). Fazia doce de mamão e saia oferecendo na vizinhança. Liberato era um homem que viveu para a família e a política. Em 1972, o Governador Wanderley Dantas, ofereceu o cargo de Delegado para o Liberato. Mas, segundo ele, ia contra seus princípios. Não conseguia ver seus amigos ou conhecidos sendo presos por ele. Por isso, recursou a oferta! As festas de São Sebastião, dia 20 de janeiro, transformavam a pequena Vila Epitácio, muita gente, comércio ambulante e lá estava Seu Liberato, responsável pelo cadastro dos “terrenos” na Avenida Santos Dumont, para o pessoal montar suas barraquinhas, aquecendo o comércio local. Liberato foi um pai exemplar, um bom marido e um grande amigo. Um exemplo de homem trabalhador, seus filhos seguiram o mesmo caminho: João do Liberato (Professor Aposentado, mas sempre acompanhou de perto a política), José Liberato (o Yá, em época de Campanha é uma figurinha registrada em Epitaciolandia), Francisca(a Baixinha)é funcionária pública, Francisco(o Doga, é Monitor), Valeriano(o Lelé, trabalha de diarista), Antônia(Mana) mora e trabalha em Fortaleza/Ceará, Maria de Nazaré(Shuly) é funcionária municipal e o Pedro, é proprietário de uma Marcenaria localizada no Polo Moveleiro de Brasileia, atende cada freguês de forma cordial! Pedro do Liberato, como todos o conhecem, é um homem evangélico, trabalhador e dedicado à família. Liberato Vieira faleceu em 09 de junho de 1992. Deixando sua esposa “Mãezinha”, seus filhos e amigos de coração enlutado. Liberato deixou um legado para todos nós: os bens materiais são apenas acúmulo de riqueza nessa terra. De mãos vazias nascemos e de mãos vazias partimos. Aos familiares de Liberato Vieira, meu respeito e carinho.