A eterna presidenciável Marina Silva (Rede) demonstrou temor a respeito da candidatura do atual presidente da República, Jair Bolsonaro (PL), que busca a reeleição. Em entrevista ao jornal Metrópoles, nesta segunda-feira (04), ela afirmou que o mandatário e seus apoiadores não podem ser subestimados.
“Não se deve subestimar o bolsonarismo e Bolsonaro. Houve essa subestimação em 2018 por muitos agentes políticos, inclusive eu, que no início achava que ele não chegaria ao segundo turno. Não temos o direito de errar duas vezes” — disse.
“Agora é compreender que vivemos uma ameaça às instituições e à democracia, mais do que em qualquer outro momento após a redemocratização” — acrescentou.
Marina Silva também afirmou que o atual cenário no país é de “empobrecimento da política” e criticou a polarização entre Bolsonaro e Lula. “Está claro que a polarização, que tomou conta da política brasileira, não gera bons frutos e não é vantajosa para a democracia. Ela só foi mudando de nome, antes era PT e PSDB, já foi também Arena e MDB, e agora PT e Bolsonaro. Infelizmente, isso é algo trabalhado, os polos têm como estratégia achar quem é o seu adversário predileto. É o momento de dar oportunidade para que candidatos do campo democrático digam o que estão apoiando e com que estão se comprometendo” — afirmou.
Ainda durante a entrevista, a ex-ministra de Lula declarou que anda considerando a possibilidade de disputar uma vaga no Congresso Nacional nas eleições deste ano.
“Estou fazendo uma reflexão que não é fácil, eu não tinha no meu horizonte retornar ao Congresso Nacional, mas estou refletindo com muito senso de responsabilidade. O meu desejo é de continuar contribuindo na política institucional ou ainda sem mandato” — afirmou.