Mulher de Zanin vai assumir ações do futuro ministro do STF

Nacional
Compartilhe

fonte: revista oeste news

A advogada Valeska Teixeira Zanin Martins, mulher de Cristiano Zanin, vai assumir o escritório fundado pelo casal e os processos do marido. Ex-advogado do presidente Lula na Operação Lava Jato, Zanin vai tomar posse como ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) em 3 de agosto. A partir daí, não pode mais advogar.

Apenas no STF, Zanin atuou em 143 processos e legalmente está impedido de participar do julgamento de qualquer um deles como ministro. Agora, apenas 19 estão tramitando na Corte e ficarão sob responsabilidade de sua mulher. Nesse caso, também há impedimento legal para a atuação de Zanin.

Entretanto, não há previsão legal específica para que o novo ministro não julgue outros processos da Lava Jato, embora ele possa ser considerado suspeito. Nesse caso, a parte interessada poderia requerer a suspeição de Zanin, já que foi o advogado de um dos principais réus da Lava Jato.

Zanin deixa processo de suspeição de Moro

Senador Randolfe Rodrigues cumprimenta Zanin durante sabatina no Senado || Foto: Geraldo Magela/Agência Senado

Entre os processos dos quais Zanin está se desvinculando estão a reclamação que levou o STF a declarar o ex-juiz e hoje senador Sergio Moro (União-PR) parcial ao julgar Lula na Operação Lava Jato. A decisão reabilitou o petista politicamente e permitiu que ele disputasse e vencesse as eleições de 2022. A renúncia a esse caso já foi protocolada na quinta-feira 22, um dia depois de Zanin ser sabatinado e aprovado por 58 votos a 18 no Senado.

Zanin também deixa ações no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) que pedem a inelegibilidade do ex-presidente Jair Bolsonaro por supostamente espalhar fake news e ampliar gastos às vésperas da eleição.

Quando o ministro Dias Toffoli assumiu a vaga no STF, em outubro de 2009, indicado por Lula, ele também deixou seus processos sob responsabilidade da mulher, também advogada. Um dos principais clientes de Toffoli era o PT, partido de Lula.