colunista: Ivana Cristina
Colaboração: Alda Pacheco
Ícones de Brasileia e Epitaciolândia
Se houve um homem em Brasileia que nunca passou despercebido, esse homem era o Pacheco. Não estou falando de um dos filhos do Pacheco, estou me referindo ao ” Pacheco pai”, um senhor ativo, risonho, engraçado (às vezes, chegava até ser cômico). Pacheco não tinha “meias palavras”, falava na “lata”, como dizem por aí. Um homem franzino, pele clara (um pouco castigada pelo sol), cabelos brancos como a neve, mas com uma energia invejável, fez do trabalho com a “carroça de boi”, mais que um ofício, seu passatempo preferido. Ele não precisava daquela função para viver, mas era uma forma de preencher sua rotina, com uma ocupação que ele amava, pois tinha espírito empreendedor. Falar sobre Pacheco é como falar sobre o PMDB ou MDB em Brasileia. Os dois estão intimamente ligados. O partido se “firmou” na região, graças ao apoio da família Pacheco. E ele deixou esse legado a seus filhos e estes seguem até hoje.
Pacheco nunca foi um homem sozinho, casado com Dona
Anália, teve 09 filhos, 25 netos e 23 bisnetos, frutos do amor, dessa mulher incrível, que mesmo em uma idade provecta, gosta de ouvir música, de dançar(embalada em seus sonhos) e assistir televisão(preferencialmente os canais católicos). Anália é uma mulher forte, guerreira, determinada, mãe, daquelas “leoas” capaz de defender seus filhos, netos e bisnetos. Ouvi muito essa frase, nas rodas de conversa das pessoas mais antigas: “Não mexa com um Pacheco, pois você estará mexendo com todos eles” e olha! Eles são muitos!
A união da família Pacheco sempre foi destaque na sociedade brasileense. Todos os conhecem. Cada qual em sua profissão, conseguiu um destaque no meio social. E isso, começou lá do início com Pacheco e Anália. Aliás, para o Pacheco pai, você nutria por ele o amor ou desamor, nunca foi um homem de meio termo. A aspereza da vida, o fez assim. Mas, bastava você conversar com ele, para admirar aquele homem que construiu sua vida em meio a dificuldade.
Pacheco, também liderou um “empate” na década de 70, no Seringal Carmem. Mas, ele não estava sozinho nessa “empreitada”, sua fiel esposa o acompanhava, além dela, teve o importante apoio de seus vizinhos. Saíram vitoriosos desse ato que terminou na Polícia Federal e contou com o apoio do Saudoso Dr. João Maia que depois se elegeu Deputado Constituinte.
Lembro de uma vez que o trânsito parou na ponte de Brasileia a Epitaciolandia, Pacheco com sua carroça fazia o percurso lentamente. O pessoal apitando e ele fazendo de conta que não era com ele. Saiu da ponte rindo da confusão que criou.
Pacheco, pai, partiu aos 83 anos, deixando sua esposa, a doce Anália, aos cuidados de seus filhos, netos e bisnetos. Uma mãe de coração gigante, que gosta da casa cheia de parentes. Assim, como a maioria das mães, gostaria que todos estivessem “debaixo de sua vista”.
No final da tarde de Brasileia, lá estão eles, em frente a casa da Anália, conversando e fazendo companhia a ela, uma manifestação de apoio, amor e carinho.
Em nome da Alda Pacheco, meu agradecimento especial a essa ilustre família de Brasileia.