A Fundação Perseu Abramo – principal centro de estudos ligado ao PT – pretende criar um Núcleo de Acompanhamento de Políticas Públicas (NAPPs) voltado a temas religiosos. A ideia é produzir estudos e pesquisas e dar sugestões sobre como o partido pode se relacionar com o segmento, em especial, os evangélicos. A informação foi publicada nesta terça-feira (2), na coluna Painel, da Folha.
De acordo com o presidente da Fundação, Paulo Okamotto, há diversos pentecostais e neopentecostais que simpatizam com o PT e pertencem ao partido, mas que, mesmo assim, é preciso fazer uma atualização sobre a atual situação. “Precisamos dar uma atualizada no comportamento dos religiosos no Brasil, refletir sobre o que pensam e como podem se relacionar conosco”, justifica.
Os NAPPs se dedicam a temas como economia, segurança, agricultura, educação, saúde e outros e, dessa vez, focará as religiões. Essa informação aparece na mesma semana em que o Valor Econômico afirmou que ouviu fontes ligadas ao primeiro escalão do Governo, onde afirmaram que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi aconselhado a se aproximar do público evangélico, enquanto lideranças do segmento religioso querem uma atenção maior do presidente.
Governo traça estratégia para conquistar evangélicos
Não é de hoje que o governo Lula tem feito de tudo para tentar se aproximar dos evangélicos. Campanha publicitária com participação de pastor-cantor, corpo a corpo para aprovar o PL das Fake News, isenção de impostos para as igrejas, treinamento de fiéis para atuarem em programas sociais bancados por projetos federais são algumas dessas ações.
O próprio presidente tem tecido elogios aos crentes em seus discursos e convidado pastores para seus palanques. Ciente do poder eleitoral da classe evangélica, a ideia do governo é tentar reverter um número difícil de cair, que é o da rejeição dos evangélicos em relação ao presidente.
Rejeição dos evangélicos
Para 52% dos evangélicos, a gestão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) é pior que o de seu antecessor, Jair Bolsonaro (PL), segundo pesquisa do PoderData/ Poder360, realizada de 16 a 18 de dezembro e divulgada no último final de semana. A desaprovação também cresceu, passando de 56% (janeiro) para 62% (dezembro), alta de 10,71%. O pico da rejeição foi em setembro, quando bateu os 64%.
A pesquisa mostrou também que a desaprovação ao governo petista dentre os evangélicos oscilou 6 pontos percentuais para cima em 1 ano. Saiu de 56%, em janeiro, para 62%, em dezembro. Na máxima do ano, chegou a 64% em setembro.