Raimundo Martins da Silva, o Caiçuma

ICONES DE BRASILÉIA E EPITACIOLANDIA POR IVANA CRISTINA
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colunista: Ivana Cristina
Colaboração: Rosimari e Dr. Reginaldo Ferreira
Ícones de Brasileia e Epitaciolândia

Seu nome era Raimundo, mas todos o conheciam por
Caiçuma, morador antigo de Epitaciolandia, filho da Dona Alice, uma senhora linda, delicada, de aparência frágil, tinha lindos e longos cabelos pretos e uma voz macia.
Lembro dela com carinho. Quando Dona Alice adoeceu, ficou aos cuidados da minha tia Chaguinha, do Caiçuma e da sua irmã Áurea.
Caiçuma era muito religioso, devoto do Divino Pai Eterno e de Nossa Senhora Aparecida. Casado com a Professora Chaguinha, uma mulher admirada por todos! Juntos tiveram quatro filhos: Reginaldo, Rogério, Rosimari e Rosicleide!
Antes de exercer a profissão de policial civil, trabalhou como comboeiro, taxista, seu primeiro táxi foi uma rural, depois um fusca! O fusca era o carro do momento, sinal de status na época! Ele também era proprietário de um bar! O Bar das Castanholas! A área do bar era aberta e as castanholas proporcionavam sombra ao ambiente! Servia petiscos das mais variadas espécies! Quando fui morar com sua família, ficava olhando ele preparar as iguarias que eram degustadas rapidamente pelos fregueses. Era amigo pessoal do Jorge Kalume e do Wildy Viana! Quando Jorge Kalume assumiu o governo do Acre, contratou como Agente da Polícia Cívil. Ao assumir o posto ficou inviável “tocar” o negócio e fechou as portas do bar.
Ele foi um policial civil das antigas, da época do Valdivino, Tufic, Sinésio, Borges, Vela… Fuzil? Glock? Que nada! Ele era do tempo do revólver 38, colocado dentro de um suporte de couro debaixo do braço! Procurar meliante com drone? Nada disso! Ele e sua turma “caçavam” no rastro, dentro das densas matas! Andavam por dias, até conseguirem alcançar. Principalmente se o Delegado fosse o Zemar! Aí sim! Só paravam quando resolviam a situação. Zemar, em Brasileia, e Padilha, em Assis Brasil, causavam temor nos “fora da lei”! Foram dois importantes Delegados que deixaram saudades. Mas, os tempos eram outros!
Caiçuma e os policiais civis da época
despertavam um misto de admiração e temor. Mas, como nos sentíamos seguros! Formação em academia?! Que nada! Eles aprenderam na escola da vida.
Caiçuma era um homem de poucas palavras, incompreendido por uns, amado por outros. Mas, quem conviveu com ele, conheceu o grande amigo, pai, avô e bisavô que ele foi.
Em 2017, ele nos deixou, mas ficou registrado na memória de sua família, a integridade de caráter, honestidade nas ações e o orgulho de pagar suas contas em dia. Um legado que transmitiu aos filhos e netos!
A sua amada irmã Áurea, aos filhos, noras, genros, sobrinhos, netos e bisnetos, meu carinho, admiração e respeito!

Ivana Cristina
Colaboração: Rosimari e Dr. Reginaldo Ferreira
Ícones de Brasileia e Epitaciolândia