Na sessão ordinária da Câmara Municipal de Brasileia, realizada nesta terça-feira, 28 de outubro de 2025, o vereador Zema fez um pronunciamento marcado pelo reconhecimento da relevância histórica, cultural e comercial da integração entre Brasileia, no Acre, e Cobija, na Bolívia.
O parlamentar destacou que Cobija foi fundada em 1906, inicialmente sob o nome de Bahia, recebendo sua denominação atual em 1908. Pouco depois, em 1910, foi a vez de nascer Brasileia. Separadas apenas pelo rio Acre, as duas cidades cresceram lado a lado, consolidando laços de convivência e cooperação que se estendem há mais de um século.
Durante o discurso, Zema relembrou que, na sessão anterior, havia solicitado à Receita Federal e à Polícia Federal maior rigor na fiscalização contra o contrabando de tijolos oriundos da Bolívia para Brasileia. Contudo, após ouvir a população e refletir sobre a realidade fronteiriça, afirmou ter reconsiderado sua posição.
“Eu agradeço às pessoas que me disseram que nós não vivemos mais sem vender em Cobija, sem comprar de Cobija, seja tijolo ou qualquer tipo de produto. Estou aqui para reconhecer que essas duas cidades dependem uma da outra e que não será esta Casa que irá interferir nessa relação tão bonita e histórica”, declarou.
Com humildade, o vereador pediu a retirada de pauta da proposta que ele mesmo havia apresentado. “São 115 anos de bom relacionamento, principalmente comercial. O papel do cidadão é ser humilde e reconhecer quando é preciso corrigir um caminho. Quem somos nós para atrapalhar a cultura de duas cidades?”, concluiu.
O gesto de Zema foi interpretado como um movimento de valorização da integração fronteiriça e de respeito às tradições que unem Brasileia e Cobija, reforçando o papel do Parlamento Municipal como espaço de escuta, diálogo e construção coletiva.
